Jornal GGN – A prisão do ex-presidente Lula não resolveu o problema do partidarismo da justiça, o ex-presidente ainda carrega grande poder de influência no processo eleitoral. A conclusão é do Datafolha que, em pesquisa, mostra que 30% dos eleitores dizem que votariam, com certeza, em candidato indicado por ele, e somente 17% talvez o fariam. É muito.

Já 51%, na contramão, dizem que o apoio de Lula a um candidato os levaria a rejeitar esse nome. O que não esmorece a intenção do PT em registrar a candidatura de Lula apesar da prisão e pelo fantasma da Lei da Ficha Limpa pairando por perto.

De todo jeito, a pesquisa demonstra que Lula seria um fator determinante nesta eleição: seja como candidato ou como apoiador.

Mas, mesmo que os 51% digam que rejeitariam nome indicado por Lula vale analisar o apoio de outros personagens de nossa história:  o candidato que Fernando Henrique Cardoso apoiar vai ter que se livrar dos 65% dos eleitores que rejeitariam uma indicação do ex-presidente tucano. E, no caso de Temer, a rejeição a qualquer candidato que ele apoiar sobe para estratosféricos 92%.

Um terço dos eleitores acham que o ex-presidente Lula deveria apoiar Ciro Gomes (PDT), caso seja impedido de concorrer as eleições deste ano.

O quadro fica disperso quando a pesquisa aponta cenários sem Lula como candidato. De acordo com o Datafolha, 45% doseleitores votariam em branco, anulariam o voto ou não escolheriam ninguém caso o substituto fosse Haddad. Marina Silva (Rede) herdaria 17% dos votos e Ciro, 13%.

O certo é que a prisão de Lula não facilitou a vida de seus adversários, ao contrário, eles ainda encontram dificuldades para conquistar eleitores. Na pesquisa Datafolha da semana passada mostra que Lula ainda leva 30% das intenções de voto e mais de um terço dos eleitores sem opção quando analisam o cenário sem ele.

A pesquisa contou com 2.824 entrevistas em 174 municípios e foi feita após a paralisação dos caminhoneiros.