A diferença entre ele e Rui Costa foi de pouco mais de 3,5 milhões de votos nas urnas


Tribuna da Bahia, Salvador

Foto: Reprodução/Carlos Augusto


Por Yuri Abreu

Uma derrota marcante. Assim pode ser definida esta eleição para o partido Democratas no estado da Bahia. Além da perda na corrida ao Palácio de Ondina, a legenda também viu os seus principais candidatos ao Senado, oriundos de coligações com o PSC e o PSDB, ficarem para trás na briga contra Jaques Wagner (PT) e Ângelo Coronel (PSD). Pior para o atual prefeito da capital baiana, ACM Neto, presidente nacional do partido. Ele não se pronunciou sobre o revés na noite de ontem. Mas, nesta segunda, às 11h30, Neto dará uma coletiva para fazer uma avaliação sobre o primeiro turno das eleições, tanto no âmbito nacional, quanto local. Ele votou na Faculdade de Medicina de Universidade Federal Bahia (Ufba), no Canela. Além de fazer uma avaliação da campanha, considerou a mesma atípica, uma vez que o eleitor, segundo ele, está indisposto com a política.

Questionado sobre um eventual apoio do partido no segundo turno das eleições para presidente, Neto disse que iria discutir o assunto com membros do próprio Democratas. “Vamos ouvir o partido e avaliar se tomaremos uma posição partidária ou se vamos liberar cada liderança para tomar sua decisão. Eu não ficarei em cima do muro. Só não vou antecipar minha posição, pois tenho de ouvir o partido antes”, afirmou.

Zé Ronaldo agradece votação expressiva

Candidato do Democratas ao Palácio de Ondina, Zé Ronaldo viu o sonho de se tornar Governador cada vez mais distante a medida em que os votos iam sendo contabilizados. Com quase 99% das urnas apuradas, a diferença entre ele e Rui Costa foi de pouco mais de 3,5 milhões de votos. Ele teve pouco mais de 22% dos votos válidos. Em nota divulgada à imprensa na noite de ontem, ele agradeceu a votação expressiva, superior a um milhão e quatrocentos mil votos. “Para quem começou uma campanha aos quarenta minutos do segundo tempo e até a semana passada aparecia com apenas 8% das intenções de votos, acredito que fui vitorioso e cumpri a minha missão com dignidade”, disse.

Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Salvador, reduto do prefeito ACM Neto, ele teve pouco mais de 23% dos votos, contra pouco mais de 72% de Rui Costa, reeleito governador pelo PT. Já em Feira de Santana, ele bateu o atual gestor: teve cerca de 51% dos votos contra pouco mais de 46,37% de Costa. Já no terceiro maior colégio eleitoral do estado, Vitória da Conquista, na região sudoeste da Bahia, a derrota foi pelo placar de 63% a 32%. Ex-prefeito de Feira de Santana, ele votou na manhã de ontem no Colégio Luis Eduardo Magalhães, na cidade que fica distante pouco mais de 100 km da capital baiana. Ele também esteve na capital baiana onde acompanhou a votação do Prefeito de Salvador, ACM Neto e de candidatos a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.

Segundo ele, a população da Bahia teve, ontem, a oportunidade de escolher entre o discurso da propaganda do atual gestor estadual, para quem todos os setores do estado estão funcionando bem, e o discurso que apresentou a todos os baianos.

O então candidato ao Governo do Estado acrescentou também que “a sociedade precisa estar atenta e exigir, por meios legais, que os candidatos realmente venham a cumprir as promessas que são feitas durante a campanha eleitoral. É lamentável que um candidato faça tantas promessas e depois não as cumpra”, criticou. Ele voltou para Feira de Santana após a agenda, onde aguardou o resultado das urnas, segundo a assessoria. Só que, por outro lado, chamou atenção o fato de que o comitê dele ter ficado fechado na tarde do último domingo, dando a entender que o desânimo já havia tomado conta da equipe de campanha antes mesmo da apuração dos votos.