Por Yolaidy Martínez Pequim, (Prensa Latina) A China enfrenta desafios crescentes em suas relações com os Estados Unidos e o Ocidente, que a levam a firmar uma posição em defesa de sua soberania, sem abandonar sua aposta pelas negociações e cooperação como o melhor remédio para qualquer diferença.
Nesse contexto, há divergências devido à interferência de vários governos nos assuntos de Hong Kong, principalmente após a entrada em vigor, em julho, de uma lei para fortalecer a segurança nacional naquele país.

O regulamento visa neutralizar a organização e execução de atos de terrorismo, secessão, subversão do poder do Estado e intromissão estrangeira.

Visa também assegurar melhores condições de desenvolvimento local sem afetar os direitos e liberdades da população ou os interesses dos investidores estrangeiros nos termos da lei.

Desde a apresentação do instrumento legal no Parlamento no final de maio passado, houveram reações dentro e fora da China, algumas em apoio ao direito da nação asiática de proteger sua autoridade sobre a região administrativa especial, enquanto outras foram contra e foram acompanhadas de medidas punitivas.

Os Estados Unidos, por exemplo, cessaram o status preferencial para Hong Kong e alteraram os acordos bilaterais que permitiam a abolição de vistos, mantendo uma moeda indexada ao dólar e políticas favoráveis aos negócios, tarifas e proteções comerciais.

Enquanto isso, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Reino Unido e agora França interromperam unilateral e imediatamente seus respectivos tratados de extradição com a chamada Pérola do Oriente.

Mesmo Ottawa e Londres impediram a exportação de equipamento militar considerado sensível, e o Executivo britânico foi além ao anunciar um plano para receber e beneficiar, com autorização de residência, a milhares de titulares de passaportes britânicos.

Em resposta, a China anunciou nos últimos dias a suspensão dos mencionados pactos de extradição entre Hong Kong e todas essas potências, e advertiu-os de que com sua ação violaram as normas e leis básicas que regem as relações internacionais.

Deplorou que esses países usassem a lei de segurança nacional como desculpa e minassem seriamente os intercâmbios bilaterais ao politizar a cooperação judicial com Hong Kong.

Da mesma forma, destacou a tolerância zero para qualquer tipo de pressão nesse sentido ou tentativa de interferência neste ou em qualquer outro assunto interno.

Embora Pequim também esteja decidida a tomar as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses, soberania e segurança diante de cada uma dessas diferenças, ela mantém as portas abertas para o diálogo, insiste em buscar soluções negociadas e priorizar a cooperação mutuamente benéfica.

Opta também por continuar com sua política de reforma e abertura, e apoiar alianças com áreas prioritárias de sua agenda externa, como o resto da Europa, Rússia, África, Sudeste Asiático, Oriente Médio, América Latina e Caribe.

Enquanto as relações com o Ocidente se tornam mais complexas, a China realizou reuniões de alto nível com os governos dessas regiões nas últimas semanas e em todas elas propôs alternativas para promover o desenvolvimento, a cooperação, fortalecendo o multilateralismo e o livre comércio.