Por Redação – Foto Thomas Mukoya/Reuter/UOL

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), Sudão inicia janeiro de 2025 como o país que vive a pior crise humanitária do mundo, causados pela guerra entre o general al-Burhan chefe do exército regular, e o general Hamdan Dogolo, chefe dos paramilitares, conhecido como Hemedti.

Dos 53 países africanos, Sudão já ocupou a décima posição entre os maiores PIB do continente, em 2021, aponta dados do Banco Africano de Desenvolvimento. Em 1º de janeiro de 2025 o país deveria comemorar seu 69º aniversário da independência. No entando, o general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do exército e presidente do Conselho Soberano, negou qualquer tentativa de paz em discursso televisionado.

“Não podemos aceitar a presença desses matadores, desses criminosos, e seus apoiadores entre nós”, declarou al-Burhan em mensagem para o rival, general Hemedti, chefe das Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares.

Em outubro de 2021 o Sudão enfrentou um golpe de estado. A partir de 15 de abril de 2023 explodiu uma guerra civil entre o exército comandado por al-Burhane e as Forças de Apoio Rápido (FSR) lideradas pelo general Hemedti. O FSR domina toda região o oeste do território e várias províncias do Darfur, e os estados ao sul. Enquanto o exército oficial controla o leste do Sudão, os estados de Nilo Branco e Nilo Azul, Sennar, Gedaref e Kassala.

Em comunicado oficial, a ONU declarou que na grande cidade de Darfur está em estado de fome generalizada há alguns meses e disse também que o Sudão enfrenta hoje a pior crise humanitária do planeta. Agência de refugiados da ONU (Acnur) registrou mais de 8,7 milhões de sudaneses deslocados no país para fugir dos conflitos e principalmente por falta de alimentos.

De acordo com reportagem do UOL,  um ano após o início da guerra, em abril de 2024, em uma conferência de países doadores realizada em Paris, a França arrecadou 2 bilhões para o Sudão (mais de R$ 11 bilhões na cotação atual), que tem chegado ao país de forma muito lenta.

“Partimos de Adré e vamos para el-Geneina, Zalindi, Fangasuk, Tawila, antes de chegar a Zamzam. São centenas de quilômetros, dezenas de pontos de controle e, a cada vez, temos que negociar e proteger a passagem. Todos os caminhões têm de ficar juntos. Portanto, se um deles quebrar, todos têm que esperar”, explicou Faith Kasina, porta-voz do Acnur no Sudão sobre os caminhões com ajuda humanitária. Esses caminhões levam até duas ou três semanas para percorrer os cerca de 700 quilômetros necessários para chegar ao campo de Zamzam.