Por Redação – Foto Ricardo Stuckert

O Brasil foi convidado para a 36ª Feria Internacional del Libro de Bogotá (FILBo), que acontece de 17 de abril a 2 de maio na capital colombiana. Trazendo como tema para pavilhão brasileiro “Ler a Natureza” , que dispõe de um espaço de aulas de capoeira, contação de histórias em português e aulas de dança. No meio desse pavilhão, há um labirinto repleto de livros de autores brasileiros que compõe o cenário entre  as exposições, palestras e atividades lúdicas.

Grandes painéis apresentam os biomas brasileiros, com suas principais características e localizações geográficas. Um desses biomas é compartilhado pelos dois países: a Amazônia. Em ambos países o “pulmão do mundo” sofre com o  aumento de quase 5000% de degradação florestal em março ou com a perseguição a ambientalistas que tentam defendê-lo.

“A Amazônia representa também a garantia de sobrevivência da espécie humana, e para que as espécie humana sobreviva, é necessário a gente saber manter as outras espécies não humanas, que são responsáveis por manter o ar puro, as florestas em pé e os rios limpos.”, destaca Daniel Munduruku, escritor, professor e ativista indígena, é um dos nomes que compõem a equipe brasileira de autores da FILBo. O autor reforça o papel fundamental da literatura como um recurso de “criação da consciência crítica dos dois países, das crianças e jovens sobretudo, porque essas novas gerações são fundamentais para a continuidade da vida no próprio planeta”.

Diversidade Literária

O poder da literatura vai além das histórias tradicional: as narrativas em quadrinhos também possuem espaço nesta edição. “Eu acho que a nossa geografia, a nossa estética que remete à natureza, ela permeia quase todos os nossos quadrinhos”, comenta Luciana Falcon, curadora da exposição “Brasil en Cómics”, realizada pelo Programa Brasil em Quadrinhos (Itamaraty) em parceria com a Bienal de Quadrinhos de Curitiba. “Tem essa sensibilidade da curadoria nesse sentido, da gente mostrar quadrinhos que retratem um pouco essa nossa geografia brasileira junto com os temas sociais. O ‘Roseira, Medalha, Engenho e Outras Histórias’, por exemplo, não traz só um retrato da caatinga, né? Mas também da questão da oralidade, da afrodescendência.”, complementa.

Se dentro das páginas podemos encontrar um retrato do país megabiodiverso, é fora delas que podemos colocar em ação o que foi lido. Incentivar a preservação e o conhecimento ambiental em todas as idades é contribuir para a valorização do Brasil e suas comunidades. Para Daniel Munduruku, “Pertencer significa se sentir parte, e se sentir parte naturalmente nos leva a cuidar, a nos comprometer com o cuidado das coisas, do território. E a literatura pode servir muito bem como esse instrumento de conscientização.”

Fonte: o eco