O empresário Carlos Wizard, suspeito de integrar um “ministério paralelo” no governo federal para tratar sobre a pandemia da Covid-19, em live à revista IstoÉ, em maio de 2020, afirmou que recebeu uma “missão” do general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, para “forrar” o Brasil de cloroquina.

O remédio, que é ineficaz contra a Covid-19, tem sido divulgado pelo governo Jair Bolsonaro como suposto “tratamento precoce” contra a doença.

“A missão que o general me passou foi de acompanhar os grandes fornecedores, os grandes contratos. Você sabe que o orçamento que nós temos no Ministério da Saúde é um dos maiores que nós temos da nação. Logo, logo, você vai ver aí que o Brasil vai ser forrado com medicamentos ainda na fase inicial do tratamento, cloroquina, hidroxicloroquina”, afirmou.

Na live, Wizard estava ao lado do ministro Pazuello, que acabava de assumir a Saúde para liberar o medicamento ineficaz contra a Covid-19. Em maio do ano passado, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli anunciou a chegada do general afirmando que Pazuello assumiu o ministério “com a missão de liberar o uso da cloroquina desde o início dos sintomas”.

Wizard na CPI da Covid

A CPI da Covid no Senado remarcou para o próximo dia 30 o depoimento de Carlos Wizard, bilionário lobista do uso da cloroquina no “tratamento precoce” da Covid-19.

Advogados de Wizard entraram em contato com a CPI nesta segunda-feira, 21, para remarcar o depoimento, que estava agendado para quinta, 17. Wizard não compareceu na semana passada e estava fora do Brasil.

O empresário chegou a solicitar um depoimento virtual, mas os senadores negaram.

Na sexta, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), determinou que Wizard passasse da condição de testemunha para a de investigado, junto com Marcelo Queiroga, Eduardo Pazuello, Ernesto Araújo, Fabio Wajngarten, entre outros.

Fonte: Brasil 247