EUROPA

Neste domingo (7), milhares de pessoas se reuniram no centro de Madrid para protestar contra o racismo e exigir justiça, relata um correspondente da Sputnik na capital espanhola.

Os manifestantes se reuniram em frente à embaixada dos EUA em uma demonstração de solidariedade aos protestos contra o assassinato do norte-americano George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia policial em 25 de maio deste ano.

A manifestação em Madrid marchou da embaixada norte-americana em direção à praça mais popular de Madrid, a Puerta del Sol. No auge do protesto, dezenas de milhares lotaram a praça, apesar das autoridades da cidade proibirem reuniões de mais de 200 pessoas para limitar a propagação do novo coronavírus. Além de imigrantes africanos e afrodescendentes, houve a presença de espanhóis e expatriados dos EUA que também se juntaram ao protesto.

Em Madrid, um homem levanta uma placa em meio aos protestos contra o racismo e a violência policial, em 7 de junho de 2020, em solidariedade aos protestos contra o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.
© REUTERS / JUAN MEDINA
Em Madrid, um homem levanta uma placa em meio aos protestos contra o racismo e a violência policial, em 7 de junho de 2020, em solidariedade aos protestos contra o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.

Os manifestantes gritavam “sem justiça, sem paz”, “vidas negras importam” e “ninguém está acima da lei” em espanhol e em inglês. Entre as faixas havia mensagens como “o racismo também é uma pandemia”, “nem mais nem menos do que direitos iguais” e “Donald Trump [presidente dos EUA] é um criminoso”. Além de Madrid, as manifestações foram convocadas para as cidades de Barcelona, Bilbao, Zaragoza, Granollers, Lleida, Málaga e outras cidades espanholas.

Em Madrid, manifestantes protestam contra o racismo, em 7 de junho de 2020, em solidariedade aos protestos contra o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos.
© REUTERS / JUAN MEDINA
Em Madrid, manifestantes protestam contra o racismo, em 7 de junho de 2020, em solidariedade aos protestos contra o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos.

A manifestação foi organizada pela Comunidade Negra, Africana e Afrodescendente da Espanha (CNAAE), uma organização sem fins lucrativos criada recentemente, que afirmou em um comunicado que o racismo contra os negros era um fenômeno global que não se limitava aos EUA. Em seu comunicado, a organização acusou a polícia espanhola de traçar um perfil racial em sua atuação, apontando a estimativa de que os negros tenham 42 vezes mais chances de serem detidos e revistados do que outras etnias.

Em Paris, manifestantes antirracistas se ajoelham em frente a uma barricada em chamas durante protesto lembrando o assassinato de Adama Traore, em 2 de junho de 2020.
© AP PHOTO / MICHEL EULER
Em Paris, manifestantes antirracistas se ajoelham em frente a uma barricada em chamas durante protesto lembrando o assassinato de Adama Traore, em 2 de junho de 2020.

Enquanto nos EUA as manifestações contra o racismo e violência policial, deflagradas após o assassinato de George Floyd, continuam crescendo, diversas capitais europeias têm registrado manifestações antirracistas. Além de Madrid, Lisboa, Paris, Berlim e Londres também tiveram manifestações semelhantes ao longo da semana.