Por Redação – Foto Lula Marques/ Agência Brasil
O ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, ficou quase 10 horas na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta segunda-feira (28) para prestar novo depoimento sobre o hacker Walter Delgatti.
A PF questionou se Mauro Cid sabia das conversas entre Bolsonaro, Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti sobre invasão dos sistemas do Conselho Nacional Justiça (CNJ). O ex-ajudante de ordem de Bolsonaro e seu advogado, Cezar Bitencourt, saíram da sede da PF, na Asa Norte, sem conversar com a imprensa.
Em seu depoimento, Walter Delgatti alegou que Mauro Cid estava presente no encontro que teve com Bolsonaro e Zambelli.
O tenente-coronel Mauro Cid está preso, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente Bolsonaro.
A reportagem do site Metrópoles listou algumas questões ainda em aberto, as quais a PF busca respostas:
- Se houve envolvimento de Mauro Cid com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Bolsonaro, acusados pelo hacker de pagar e coordenar a invasão ao sistema do CNJ;
- Se ele possui informações sobre as tratativas entre Delgatti, Zambelli e Bolsonaro;
- Se houve participação de Mauro Cid na invasão ao sistema do CNJ;
- Se o militar participou de encontros com os possíveis envolvidos (Delgatti, Zambelli e Bolsonaro);
- Se ele lidou diretamente ou não com o próprio Delgatti;
- Se Cid tinha conhecimento do caso;
Se Cid lidou direta ou indiretamente com terceiros para facilitar o acesso de Delgatti ao Ministério da Defesa.
O hacker teve contato com o ex-presidente por intermédio da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
De acordo com o hacker, ele se encontrou com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira e com servidores da área da tecnologia. Ainda de acordo com o hacker, nesses encontros ele tratou sobre um relatório elaborado pela pasta para lançar dúvidas sobre as urnas eletrônicas.
“Eles [servidores do Ministério da Defesa] iam até o TSE e me repassavam o que viam, porque eles não tinham acesso à internet, não podiam levar uma parte do código. Eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassando. E, nisso, eu dei orientações”, disse o hacker Walter Delgatti em seu depoimento na CPI do 8 de janeiro.
Informações site Metrópoles