Nesta quarta-feira (22) a Naval Group – a companhia de defesa naval francesa – informou que nas próximas semanas enviará à Austrália uma “proposta detalhada e calculada” das despesas que espera que o país pague após cancelamento do grande contrato de fornecimento de submarinos.

Pierre Éric Pommellet, diretor executivo da empresa, disse ao jornal Le Figaro que “em poucas semanas” será enviada uma fatura para a Austrália.

“A Austrália rescindiu o contrato por conveniência, o que significa que nós não temos culpa”, afirmou.

“É um caso que está previsto no contrato e exigirá um pagamento de nossas despesas em que incorremos e as que virão, associadas à desmobilização das infraestruturas e das tecnologias de informação, bem como à transferência dos trabalhadores. Vamos reivindicar os nossos direitos”, acrescentou.

Anteriormente a Austrália tinha se queixado que o acordo com a companhia Naval Group, que parcialmente é propriedade do Estado francês, estava com anos de atraso e bem acima do orçamento.

Ministro da Defesa da França informou que a empresa já iniciou negociações com Camberra relativamente ao pagamento.

Submarino nuclear Suffren é visto no estaleiro da empresa francesa Naval Group em Cherbourg
© AFP 2021 / LUDOVIC MARIN Submarino nuclear Suffren é visto no estaleiro da empresa francesa Naval Group em Cherbourg

Pommellet comentou ainda que “esta decisão [de cancelamento] foi anunciada sem qualquer aviso prévio, com brutalidade sem precedentes”.

Na semana passada, a Austrália estabeleceu uma parceria no domínio da defesa e segurança com o Reino Unido e os EUA, anunciando o cancelamento do contrato de fabricação de submarinos com a Naval Group, escreve South China Morning Post.

O acordo de 90 bilhões de dólares australianos (R$ 345,9 bilhões), denominado de “contrato do século”, previa a produção de 12 submarinos da classe Barracuda.

Fonte: Sputnik Brasil