Walter Pinheiro e Ernesto Dantes
Clarindo Silva*
Dez de setembro ficará na minha memória, não tão somente pelos noventa anos da minha querida ABI, mas marcado por um dia de sol, de céu azul, uma brisa gostosa que vinha da Bahia de todos os Santos e a vista maravilhosa de parte do nosso Centro Histórico, visto daquele espaço maravilhoso.
Foi muita emoção ouvir Dr. Walter Pinheiro no seu discurso falar dos seus antecessores com uma doçura e respeito e acima de tudo com o amor que tem pela profissão, ao dar posse ao presidente executivo Ernesto Dantas. Continuei emocionado com suas citações de figuras como o major Cosme de Farias. Quase vou às lágrimas, pois  trouxe à tona meu primeiro encontro com o criador da Liga Baiana Contra o Analfabetismo, onde tive o prazer de receber de suas mãos uma carta de ABC, uma aritmética, um lápis com borracha, em plena rua 28 de Setembro, em uma época em que o centro já começava a viver o processo de esvaziamento, mas ainda tinha gente morando e um comércio ativo, com a Triunfadora Ferragens, Casa Vila Nova, Casa Ernesto, o bar de Cecília, onde muitos jornalistas e radialistas batiam ponto, como Jeová de Carvalho, Reminho Pastore, Renato Almeida e outros tantos.
No vinte e oito de setembro era festa, rua enfeitada, gambiarras e povo comendo e bebendo. Era uma festa só!
Andávamos mais um pouquinho, lá estava o meu querido Liceu de Artes e Ofícios, onde os jovens aprendiam a ler, escrever, ter uma profissão.
Ernesto falou da sua religiosidade, falou dos seus antepassados, das suas brincadeiras de infância, quando o sangue da comunicação já corria em suas veias, brincando com seus irmãos.
Mas na realidade isso foi o que pude sentir em cada mulher, em cada homem que vivenciou aquele momento exatamente quando Ernesto disse que iria preservar e compartilhar a nossa ABI com o peso da democracia.
Para não ser injusto, prefiro abraçar cada companheira, cada companheiro que tiveram  a sorte de compartilhar daquele momento histórico.
Não posso deixar de fazer uma homenagem às famílias das mais de cento e trinta brasileiras e brasileiros que perderam as vidas para a Covid 19.
Respeitamos as orientações da Organização Mundial de Saúde.
Se puder, fique em casa. Se sair, use máscara.
*Clarindo Silva
Compositor, jornalista, escritor, empreendedor.