Por Redação – Foto Andrew Spielberger/AP
Os Estados Unidos (EUA) formalizaram a repatriação de uma esmeralda descoberta em 2001 na cidade de Pindobaçu, no norte da Bahia. A pedra, que pesa aproximadamente 380 kg e é avaliada em 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 6 bilhões), é considerada um tesouro nacional brasileiro.
A Justiça americana já havia acatado, em novembro de 2024, o pedido do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) para devolvê-la ao Brasil. O juiz Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, determinou que o Departamento de Justiça dos EUA formalizasse a decisão até 6 de dezembro de 2024. A repatriação foi oficializada quatro dias antes do prazo.
Ainda não há informações sobre a data de chegada da esmeralda ao território brasileiro. Segundo a Advocacia Geral da União (AGU), a pedra será exposta no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
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UMA BRIGA JUDICIAL DE ANOS
A esmeralda foi retirada ilegalmente do Brasil e levada para os Estados Unidos em 2005, usando documentos falsificados, conforme revelou a AGU. Em 2017, a Justiça Federal de Campinas (SP) condenou os empresários Elson Alves Ribeiro e Ruy Saraiva Filho pelos crimes de receptação, uso de documento falso e contrabando.
Desde então, a AGU, em cooperação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), trabalhou para garantir a devolução da pedra. A decisão americana pela repatriação também contou com o apoio do Departamento de Justiça dos EUA, que reconheceu a ordem judicial brasileira em maio de 2022.
A HISTÓRIA DA ESMERALDA
De acordo com o garimpeiro Alderaci de Carvalho, que a vendeu por R$ 45 mil, a esmeralda foi extraída da Serra da Carnaíba, em Pindobaçu. Após passar por São Paulo, foi levada a Nova Orleans, nos Estados Unidos, onde permaneceu guardada em um depósito até 2005. Esse local foi inundado pelo furacão Katrina, mas a pedra foi resgatada por mergulhadores.
Posteriormente, em 2008, a esmeralda foi roubada e localizada em Las Vegas pela polícia de Los Angeles, que a manteve sob custódia desde então.
Ao longo dos anos, a esmeralda esteve envolvida em diversas lendas, incluindo rumores de maldições e histórias de contrabandistas mortos em florestas brasileiras. Contudo, sua trajetória internacional foi marcada por crimes e disputas judiciais até a decisão pela repatriação.
Agora, com a formalização do retorno ao Brasil, a pedra poderá ser preservada como parte do patrimônio nacional.