EUA afirmam ter frustrado tentativas do Irã de contrabandear armas, petróleo para Iêmen e Venezuela

EUA, Arábia Saudita e Israel têm repetidamente acusado o Irã de tentar contrabandear armas e outros suprimentos para os houthis, que assumiram o controle de grandes áreas do oeste do Iêmen após uma revolta popular no final de 2014. Entretanto, o Irã tem negado tais alegações.
EUA apreenderam cerca de 1,1 milhão de barris de produtos petrolíferos iranianos destinados à Venezuela e dois grandes depósitos de armas alegadamente enviados pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) à insurgência houthi no Iêmen, anunciou o Departamento de Justiça, referindo-se a seis incidentes distintos que teriam ocorrido entre 2019 e 2020.
Em um comunicado divulgado nesta terça-feira (7), o Departamento de Justiça informou que todos os incidentes aconteceram “em ou em torno do mar Arábico” e que as apreensões foram feitas pela Marinha dos EUA no decurso de “operações de segurança marítima de rotina”.
A entidade disse que as apreensões de petróleo incluíram petróleo a bordo de quatro navios-tanque de bandeira estrangeira, com os produtos petrolíferos vendidos na sequência de ordens judiciais dos EUA, rendendo a Washington mais de US$ 26,68 milhões (cerca de R$ 150 milhões) em receitas, com algum ou todo esse dinheiro a ser direcionado para o chamado Fundo das Vítimas nos EUA do Terrorismo Patrocinado pelo Estado.
O departamento americano indicou que as armas destinadas aos houthis estavam escondidas a bordo de duas “embarcações sem bandeira” operadas pelo IRGC.
Informa-se que os depósitos incluíam 171 mísseis superfície-ar e oito mísseis antitanque. De acordo com entidade da Justiça dos EUA, a apreensão de armas ocorreu em 25 de novembro de 2019 e em 9 de fevereiro de 2020 no mar Arábico.
Os tribunais dos EUA decidiram que as apreensões eram legais, invocando o estatuto do IRGC nos EUA como “organização estrangeira terrorista” e acusando a entidade iraniana de participar em operações de tráfico de armas (no caso das apreensões de armas) e justificando as apreensões de petróleo alegando que “constituíam uma fonte de influência” para o IRGC na “promoção dos assuntos do grupo terrorista”.
O Departamento de Estado dos EUA designou formalmente o IRGC de organização terrorista estrangeira em meados de 2019.
Em janeiro de 2020, após o assassinato de Qassem Soleimani, comandante da Força Quds do IRGC, no Iraque, o parlamento iraniano rotulou os militares dos EUA e seu comando no Pentágono de terroristas.
Teerã têm condenado os EUA e Israel pelos seus alegados esforços de apreender ou sabotar o transporte de petróleo e produtos petrolíferos para os seus aliados, incluindo a Venezuela e a Síria.
Fonte: Sputnik Brasil