Por Redação – Foto David ‘Dee’ Delgado/REUTERS
Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos vetaram, nesta sexta-feira (8), uma resolução que pedia por um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. O país é um dos cinco membros permanentes do grupo e tem o poder de veto.
Treze membros do Conselho de Segurança, incluindo o Brasil, votaram a favor do texto apresentado pelos Emirados Árabes Unidos. A Grã-Bretanha se absteve.
Na quarta-feira (6), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, invocou pela primeira vez o artigo 99 da Carta da ONU para provocar a reunião extraordinária do Conselho desta sexta. Seu objetivo era tentar forçar uma ação para evitar uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.
Mais cedo, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) se manifestou sobre a falta de ação da ONU quanto ao conflito. “A inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os vetos dos seus Estados-membros, especialmente os Estados Unidos, os tornam cúmplices do massacre em curso”, afirmou a organização.
Artigo 99
O artigo 99 é é uma das ferramentas diplomáticas de maior poder simbólico à disposição do secretário-geral da ONU e não era invocado há décadas, segundo o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
“O Secretário-Geral poderá levar à atenção do Conselho de Segurança qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”, diz o texto.
Guterres invocou o artigo de maneira explicita em uma carta enviada ao presidente do Conselho de Segurança. No texto, ele diz que os bombardeios do Exército de Israel estão provocando o “iminente colapso total da ordem pública” na Faixa de Gaza.
O secretário-geral pede que o Conselho de Segurança demande um cessar-fogo humanitário para impedir a escalada da crise. Ele ressalta que a situação está se deteriorando rápido e que a a ONU está “simplesmente incapaz de chegar aos que precisam de ajuda dentro de Gaza”.
Em meados de novembro, após rejeitar quatro resoluções, o Conselho de Segurança aprovou um texto pedindo “pausas e corredores humanitários” na Faixa de Gaza.