Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu um novo modelo que poderia ajudar na busca de exoplanetas semelhantes à Terra.
Um novo modelo de computador foi criado por uma equipe internacional de geólogos dos EUA, Suíça, França e da Universidade de St Andrews, na Escócia.
O resultados do seu trabalho foram publicados no Journal of Geophysical Research: Planets, no qual detalha se os planetas recém-descobertos poderiam suportar placas tectônicas semelhantes às da Terra, adicionando uma nova dimensão geológica à classificação exoplanetária, informa o portal Phys.org.
Sami Mikhail, da Escola de Ciências da Terra e do Meio Ambiente na Universidade de St Andrews, explicou que “o novo estudo fornece um modelo com o qual se pode prever a natureza da tectônica das placas nos mundos exteriores. […] em vez da temperatura certa da água, queremos explorar as condições certas das placas tectônicas”, citado na matéria.
A tectônica de placas de subducção terrestre é considerada uma componente importante para a habitabilidade no planeta.
Os efeitos de repercussão da atividade das placas tectônicas são realçados pelo vulcanismo e pelos processos químicos que têm sofrido alterações por bilhões de anos. Estes dois fatores, combinados com a presença de água, regularam o clima da Terra, mantendo nosso habitável.
Exoplaneta 51 Pegasi b na representação de um artista. Foi o primeiro exoplaneta a ser encontrado orbitando em torno de uma estrela normal, em 1995. Depois de 20 anos, esse objeto também foi o primeiro exoplaneta detectado diretamente por espectroscopia em luz visível - Sputnik Brasil, 1920, 10.11.2021
Exoplaneta 51 Pegasi b na representação de um artista. Foi o primeiro exoplaneta a ser encontrado orbitando em torno de uma estrela normal, em 1995. Depois de 20 anos, esse objeto também foi o primeiro exoplaneta detectado diretamente por espectroscopia em luz visível © AFP 2021 / ESO/M. Kornmesser/Nick Risinger
A equipe desenvolveu um grande conjunto de modelos a computador para ver como várias combinações de propriedades planetárias e estelares influenciariam a espessura da camada externa de um corpo planetário. Analisando essas várias combinações, os cientistas concluiram que os planetas pequenos, velhos ou distantes de sua estrela, provavelmente têm camadas espessas e rígidas mas, em algumas circunstâncias, também podem ter uma camada externa frágil com apenas alguns quilômetros de espessura, informa o Phys.org.
Esses corpos celestes, denominados “planetas de casca de ovo”, podem se assemelhar às regiões baixas de Vênus, e o termo poderia se aplicar a pelo menos três desses planetas já conhecidos.
Características do planeta, tais como o tamanho, a temperatura interna, a composição, e até mesmo clima, afetam a espessura da camada externa, mas também fatores específicos da estrela hospedeira, incluindo seu brilho e distância.
O estudo considerou vários fatores, incluindo o tamanho do exoplaneta, a distância da estrela hospedeira, a temperatura da superfície e a temperatura interna. No final, a equipe descobriu que a temperatura da superfície planetária é o fator mais importante para estudar possíveis condições para a habitabilidade.
Fonte: Sputnik Brasil