Foto: José Cruz/Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que tem certeza que foi gravado pelo dono da J&F, Joesley Batista, que, por sua vez, também não nega que tenha feito gravações de ministros do Supremo.
De acordo com nota publicada pela jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo desta terça-feira (12), Mendes está seguro de que foi gravado pelo executivo no dia 1° de abril desde ano, num encontro no IDP (Instituto de Direito Público), escola de Direito da qual Mendes é sócio. O encontro teria acontecido cerca de três semanas após o empresário ter gravado conversas com Michel Temer.
“Eu hoje estou convicto disso”, disse o ministro, que se encontrou com Francisco de Assis, advogado da J&F, em abril, e de surpresa Joesley apareceu. Nesse período, os executivos da JBS já negociavam acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).
“O grave é que eles estavam sendo pilotados pela PGR, mais especificamente pelo [ex-procurador] Marcello Miller, que não era o braço direito e sim o cérebro do [procurador-geral] Rodrigo Janot”, diz Mendes. “Os próprios delatores dizem em suas conversas que tinham a tarefa de destruir o STF. Eles não investigavam mas sim tinham um projeto de poder”, acrescentou.
Ainda de acordo com a colunista, há informações de que profissionais do IDP, do qual Mendes é sócio, podem ter sido grampeados.
A irritação de Mendes é reforçada pelas revelações trazidas pelas conversas divulgadas em que Joesley e o executivo Ricardo Saud falam sobre uma estratégia para “dissolver o Supremo”, por meio de conversas gravadas com ministros. O objetivo era incluir as gravações no acordo de delação. Na conversa, os executivos chegam a citar o próprio Gilmar Mendes e a presidente do STF, Cármen Lúcia.
O encontro no IDP teria servido para esse objetivo. Gilmar Mendes garante que se ele realmente foi gravado, a conversa ocorreu dentro da “normalidade”. Um dos pontos tratados na reunião com Joesley foi sobre um agronegócio que seria julgado no STF dias mais à frente. Mendes votou contrário à opinião da JBS sobre o caso.
Do Portal Vermelho, com informações de agências