Por Confraria do NB – Foto Evaristo/AFP

Governabilidade


Lula ganhou a eleição retornando ao poder após quase dois anos preso. Salvou a democracia contra uma tentativa de golpe bolsonarista. Assumiu numa cerimônia marcada por momentos históricos como por exemplo a subida da rampa. Inicia o governo e tudo volta ao que era antes. Na tentativa de reconstruir o país deixado às traças pelo desgoverno de Bolsonaro, Lula reparte o ministério com membros do Centrão. Bloco parlamentar este que força a barra e Lula cede mais espaços. E quando Lula mais precisa do Congresso, se esbarra nos parlamentares com cargos dentro do governo e da própria base que votaram a favor de pautas contra o Governo. Já vimos este filme antes. Terminou com o verdadeiro golpe de estado concretizado. Dilma foi tirada do poder por uma farsa congressista.

Governabilidade II

E o Centrão que recebeu R$ 1.3 bilhão do governo para tocar o barco? Logo Lula que tanto criticou o orçamento secreto de Bolsonaro. Na situação chamam isso de governabilidade. Era uma vez uma companheirada brasileira. Coitada da Dilma que pagou o pato por seguir à risca a ideologia.

Congresso vs Supremo

Se tem uma coisa que grande parte do atual Congresso Nacional não dá a mínima é com a Constituição Federal. O Senado aprovou o Projeto de Lei do Marco temporal. Na mesma semana que o STF votou pela inconstitucionalidade da questão. O relator, o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO). O que é inconstitucional para parte do Congresso? Simplesmente aquilo que vai de encontro aos seus interesses pessoais.

Congresso vs Supremo II

O deputado também bolsonarista Domingos Sávio (PL-MG) propôs uma Emenda à Constituição que altera o artigo 49 da Constituição Federal para que o Congresso suspenda, por maioria qualificada, decisões do Supremo Tribunal Federal, de acordo com o parlamentar do time que viveu atacando a suprema corte, ministros do STF e as urnas eleitorais que o texto não mexe nas prerrogativas da Suprema Corte e nem nas do Executivo. Diziam eles nas eleições que estavam jogando dentro das quatro linhas constitucionais. Constitucional para parte do Congresso brasileiro é o que está nas quatros linhas dos seus interesses pessoais.

Vontade de que povo Pacheco?

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse no seu discurso ao defender o inconstitucional PL do marco temporal que foi aprovado pela Casa, que a vontade do legislativo é a vontade do povo brasileiro. Pacheco com certeza vive num multiverso. Na realidade do povo brasileiro, a cada uma pauta a favor perdemos as contas de quantas são contra.

Incondicionalmente?

E o nome do vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB) está cada vez mais vivo para ser escolhido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), para disputar a prefeitura de Salvador contra Bruno Reis (UB), nas eleições de 2024. É o que os analistas de política e claro, os corredores andam comentando. Hipoteticamente sendo verdade. Como fica a situação do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), “amigo irmão” do vice-governador, que declarou várias vezes para imprensa que se Geraldo fosse candidato único do grupo do governador, que ele teria seu apoio incondicional nas eleições municipais?

Liderar é uma coisa, ganhar é outra.

O deputado estadual Robinson Almeida (PT), disse num encontro da sigla realizado neste sábado (30), que é natural que o PT e a esquerda liderem a disputa na capital. Esta Confraria concorda com a tese do deputado e também pré-candidato a prefeito de Salvador. Mas a Confraria do NB também sabe que liderar é uma coisa e ganhar é outra. O retrospecto confirma a tese desta Confraria.