Wellington Dias, governador do estado do Piauí, no nordeste do Brasil, e presidente do Consórcio Nordeste, afirmou que a suspensão da compra da vacina russa Sputnik V afetará o calendário de imunização das pessoas acima dos 18 anos em todos os estados da região.

Os governadores esperavam a chegada de 47 milhões de doses do medicamento russo para vacinar 60% da população adulta com a primeira dose até o mês de outubro. No entanto, com a suspensão da compra anunciada na quinta-feira (5), Dias afirmou que a porcentagem máxima de cidadãos imunizados deverá agora ser de 50%. Já os índices de pessoas vacinadas com a segunda dose ou com uma dose única continuarão baixos, de acordo com o governador.

“Estudávamos diminuir o intervalo das doses e não foi possível porque falta vacina. Com a variante Delta no exterior, a Jansen passou a entregar quantidades menores. Estamos em contato com a Pfizer para que eles também não atrasem. A Fiocruz tinha a previsão de concluir a análise de qualidade da produção do IFA em território nacional em julho, mas já estamos em agosto e os trâmites ainda não foram concluídos”, afirmou Dias, citado pelo jornal Metrópoles.

 

Funcionária trabalha no laboratório de controle de qualidade onde a vacina Sputnik V será analisada pela empresa farmacêutica brasileira União Química, em Guarulhos, no Brasil, em 20 de maio de 2021
© REUTERS / AMANDA PEROBELLI Funcionária trabalha no laboratório de controle de qualidade onde a vacina Sputnik V será analisada pela empresa farmacêutica brasileira União Química, em Guarulhos, no Brasil, em 20 de maio de 2021

O Consórcio Nordeste tinha viabilizado a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V, enquanto o Ministério da Saúde firmava contrato para trazer mais outros dez milhões de doses do medicamento.

Uma cerimônia para receber as vacinas no Recife estava agendada para esta sexta-feira (6). Contudo, acabou por ser cancelada após o Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, desenvolvedor da vacina russa, não cumprir as condições impostas pela Anvisa. Para Dias, a agência sanitária age com excesso de burocracia em relação ao fármaco, informa a mídia.