Por Redação- Foto Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Em documento encaminhado à Presidência da República em outubro do ano passado, o Governo do Paraná informou sobre os “riscos de tragédia” envolvendo indígenas na região oeste do Estado. No ofício, o governador do estado, Ratinho Junior (PSD), cobrou celeridade para uma resolução pacífica que garanta o bem-estar de todos.

“Por se tratar de invasão promovida por povos originários, a administração estadual não tem poder para estabelecer sozinha uma mediação, responsabilidade que deve ser assumida pela União e pelo Poder Judiciário”, pontuou.

Quatro indígenas da etnia Ava Guarani, incluindo uma criança e um adolescente, foram baleados em mais um ataque de pistoleiros à comunidade Yvy Okaju (antes chamada de Y’Hovy), localizada em Guaíra (PR). O ataque ocorreu por volta das 21h de sexta-feira (3). Foi o quarto denunciado pelos indígenas nos últimos sete dias.

Segundo lideranças da comunidade, ao menos quatro pistoleiros mascarados entraram na comunidade e foram até a casa dos indígenas. Eles chegaram atirando. Os indígenas relataram que os pistoleiros chegaram à comunidade por uma estrada que, naquele momento, não estava sendo monitorada pela Força Nacional.

Segundo o governador Ratinho, desde o início dos conflitos, a Polícia Militar do Paraná tem reforçado o policiamento na região. “Há protestos recorrentes nas cidades, diversas manifestações de associações e federações da sociedade civil organizada preocupadas com a situação e episódios de violência, como quando um oficial da Força Nacional foi agredido e teve seu fuzil roubado”, descreve o documento.

Em resposta, a Presidência da República informou que as informações foram encaminhadas aos Ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas, bem como à Secretaria de Relações Institucionais.

No último sábado (4), o governo federal aumentou em 50% o efetivo da Força Nacional no oeste do Paraná após uma série de ataques violentos contra a comunidade indígena Avá-Guarani. No caso mais recente, cinco pessoas foram baleadas, incluindo duas crianças.

A Força Nacional está na região desde janeiro do ano passado, quando foram designados 30 agentes, entre policiais militares e bombeiros do Rio de Janeiro. A presença de tropas federais no local visa intensificar o patrulhamento e garantir a proteção dos indígenas na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre Guaíra e Terra Roxa.