O funeral do presidente haitiano, Jovenel Moïse, assassinado em 7 de julho, foi interrompido por disparos, levando a delegação estadunidense, entre outras delegações presentes, a se retirar rapidamente do local.

O incidente ocorreu poucos minutos após o início da cerimônia religiosa e, durante a transmissão ao vivo pela televisão estatal, foi possível observar a saída de cena da embaixadora dos EUA no Haiti, Michele Sison.

Vários relatos informaram que os disparos poderiam ter vindo de policiais que tentavam dispersar a multidão que se manifestava fora do funeral, pedindo justiça para o presidente assassinado.

Militares haitianos carregam caixão com presidente Jovenel Moïse, assassinado em 7 de julho de 2021
© REUTERS / RICARDO ARDUENGO Militares haitianos carregam caixão com presidente Jovenel Moïse, assassinado em 7 de julho de 2021

Algumas testemunhas contaram terem sentido o cheiro de gás lacrimogêneo, mas até agora não houve relatos de feridos.

Uma série de protestos furiosos ante a morte de Moïse estão tomando lugar no país, sendo o maior deles realizado em sua cidade natal, Cap-Haitien, onde manifestantes queimaram pneus e bloquearam estradas. Muitos deles expressaram sua raiva contra as autoridades, acusando-as de não proteger o presidente.

Por sua vez, Martine Ethienne, viúva do presidente, exigiu também, em um discurso emocionado, que fosse feita justiça pelo crime, garantindo que seu marido morreu por libertar o país da oligarquia.

Até o momento, as autoridades dizem que ainda não sabem quem ordenou o assassinato. Contudo, os apoiadores de Jovenel Moïse afirmam que ele foi morto por uma elite com base na capital haitiana de Porto Príncipe, em uma conspiração contra a maioria negra pobre do país.

Fonte: Sputnik Brasil