Por Sandra Mêrces – Foto Antonio Queirós/GOVBA
A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloisa Brito, conversou com a imprensa na manhã desta quarta-feira (13), para falar do Projeto de Lei que cria a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes por Discriminação e Intolerância Racial e Religiosa (Decrin). A cerimônia está sendo realizada no 5º andar do Centro de Operações e Inteligência (COI), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
“É pra nós da Policia Civil um dia de alegria. Nós há muito tempo que estamos nessa construção conjunta com o governo do Estado e hoje vai se materializar através desse decreto que o nosso governador vai mandar à Assembleia. A partir daí, as estruturas que serão criadas, nós estamos procurando um espaço que seja de acesso a todos, mas principalmente que traga um pouco da nossa história com relação a isso. Vamos selecionar servidores que tenham não só a capacitação técnica, mas que tenham também uma pertinência temática com esta matéria, ou seja, que tenham uma sensibilidade maior para este tema, porque nós queremos fazer uma delegacia diferenciada, uma delegacia mais humana voltada para proteção de qualquer tipo de crime de racismo ou de intolerância religiosa”.
“Então nessa Bahia, que a gente tem essa riqueza do nosso sincretismo religioso, que isso representa a nossa cultura, a nossa ancestralidade, você ter um espaço aonde nós vamos fazer uma defesa direcionada, ou seja, mais um mecanismo de proteção que nós entregamos na sociedade neste momento, para nós realmente é extremamente gratificante”, disse Heloisa.
A nova unidade da Polícia Civil vai atuar no combate à intolerância e no fortalecimento dos direitos humanos, além da proteção de entidades e patrimônios públicos e privados.
“A gente precisa de um tempo para ver a questão do espaço e seleção de pessoal. Nós vamos trabalhar para que isso seja implementado num tempo mais célere possível. Em princípio, nós podemos alocar ela em algum prédio onde já tem estrutura da Polícia Civil, mas o nosso objetivo é que ela tenha um espaço único, individualizado. Nós pensamos, em princípio, ali pelo centro da cidade, o campo grande, mas nós ainda estamos observando, porque teremos que alugar um espaço para isso, mas ela vai ser, e já começa assim, sendo uma delegacia pensada com muito carinho, de uma forma diferenciada, com servidores, não só da Polícia Civil, mas também trazendo assistentes sociais, psicólogos, um equipe que possa dar proteção e sustentação, além do devido encaminhamento para as pessoas vítimas de racismo e de intolerância, porque a gente está tocando em pontos que são muito sensíveis e que deixam muitas marcas, então é preciso envolvimento, não só da Polícia Civil, mas da própria Polícia Militar, do Ministério Público, da Defesoria, ou seja, todos os órgãos de defesa social, eles precisam estar hermanados no combate a este crime que é tão grave que é o crime de racismo e o de intolerância religiosa”, conclui a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloisa Brito.