DW – O Irã reivindicou neste domingo (13/03) a responsabilidade por um ataque a mísseis no sábado que atingiu a cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano. Segundo Teerã, os mísseis foram direcionados para um “centro estratégico” israelense na cidade.

A administração da região autônoma do Curdistão iraquiano havia informado inicialmente que 12 mísseis tinham sido lançados contra Erbil no sábado antes do pôr-do-sol, mirando o consulado americano na cidade. Dois civis teriam ficado levemente feridos no ataque, que causou danos materiais.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou “de forma veemente” o ataque como uma “violação intolerável” da soberania iraquiana, mas disse que não tinha nenhuma evidência de que o ataque havia sido dirigido a seu consulado em Erbil, embora os mísseis tenham atingido as proximidades. “O Irã deve interromper imediatamente seus ataques, respeitar a soberania iraquiana e parar de interferir nos assuntos internos do Iraque”, disse a diplomacia norte-americana.

Autoridades iraquianas já haviam dito que os mísseis poderiam ter vindo do Irã, o que foi posteriormente confirmado pela Guarda Revolucionária iraniana.

O “centro estratégico da conspiração e do vício dos sionistas foi o alvo de poderosos mísseis do Corpo dos Guardiãs da Revolução Islâmica”, disse a Guarda Revolucionária em uma declaração publicada em seu site, Sepah News.

O ataque ocorreu quase duas semanas depois de dois oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana terem sido mortos na Síria em um atentado a bomba atribuído a Israel, aliado dos EUA, ao qual a Guarda Revolucionária jurou vingança. Israel ainda não havia se manifestado sobre o ataque de sábado.

O Iraque pediu ao Irã por meio de canais diplomáticos uma explicação “franca e clara” sobre o ataque. Após uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional, o país disse que “espera que a liderança política iraniana assuma uma posição que rejeite a agressão”.

A França também se manifestou. “Este ataque, reivindicado pelo Corpo de Guardas da Revolução Islâmica Iraniana, ameaça a estabilidade do Iraque e da região”, disse o Ministério das Relações Exteriores francês em uma declaração, acrescentando que “ações irresponsáveis e perigosas desse tipo” colocam em risco os esforços para restaurar o acordo nuclear com o Irã, segundo o qual o país aceitaria limitações ao seu programa nuclear em troca da remoção de sanções internacionais.