Por AFP – Foto AFP

Os Jogos Olímpicos (26 de julho – 11 de agosto) e Paralímpicos (28 de agosto – 8 de setembro) de Paris 2024 terão um impacto econômico de 6,7 bilhões a 11,1 bilhões de euros (R$ 37,2 bilhões a R$ 61,4 bilhões, na cotação atual) para a capital francesa e sua região, segundo um estudo encomendado pelo Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Organizador dos Jogos, que foi publicado nesta terça-feira (14).

O Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES), que atualizou as cifras de um estudo prévio realizado em 2016, antes da designação da França como país sede, revisou para cima a geração de receitas econômicas, que estavam na faixa entre 5,3 bilhões e 10,7 bilhões euros (R$ 29,4 bilhões a R$ 59,4 bilhões) para a região de Paris.

Medir a repercussão dos megaeventos esportivos é algo complexo, e os autores do estudo pediram cautela na hora de interpretar os resultados.

O estudo não estabeleceu um impacto econômico para toda a França, já que a região de Paris concentra “uma grande maioria das sedes da competição, assim como a maioria das provas esportivas”, explica o CDES.

O “cenário base” do CDES prevê um impacto de 6,7 bilhões de euros entre 2018 e 2034, divididos em três grandes vertentes: a organização (3,2 bilhões de euros, ou R$ 17,7 bilhões), a construção civil (2,1 bilhões de euros, ou R$ 11,6 bilhões) e o turismo (1,4 bilhão de euros, ou R$ 7,7 bilhões).

Já o “cenário central” estabelece um impacto econômico de 8,9 bilhões de euros (R$ 49,4 bilhões), através de 3,8 bilhões de euros (R$ 21,1 bilhões) ligados à organização, 2,5 bilhões de euros (R$ 13,8 bilhões) ligados à construção civil e 2,7 bilhões de euros (R$ 14,9 bilhões) vinculados ao turismo.

Por último, o “cenário alto” aponta um impacto de 11,1 bilhões de euros, divididos em 4,6 bilhões de euros (R$ 25,5 bilhões) em organização, 3 bilhões de euros (R$ 16,6 bilhões) na construção civil e 3,6 bilhões de euros (R$ 19,9 bilhões) no turismo.

Como lembra o responsável pelos estudos econômicos do CDES, Christophe Lepetit, essas estimativas medem “o aumento de atividade em comparação com uma situação” sem a realização do evento, mais do que a “rentabilidade” dos Jogos, que será avaliada em um estudo diferente.

Essas cifras são estimativas em euros correntes, levando em conta a inflação desde o último estudo do CDES.

Sem considerar a inflação, o impacto econômico para a região de Île de France, onde fica Paris, oscila entre 5,7 bilhões e 9,5 bilhões de euros (R$ 31,6 bilhões e R$ 52,7 bilhões), o que representa um cálculo equiparável ao de 2016.

Os estudos disponíveis a respeito antecipam um impacto econômico dos Jogos Olímpicos limitado para a economia francesa.

A consultoria Asterès calculou em fevereiro que os Jogos gerariam “uma alta nas receitas fiscais e sociais de 5,3 bilhões de euros” (R$ 29,4 bilhões). Por sua vez, o governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau, considerou em março que o eventual benefício do evento seria mais “psicológico” do que econômico.