A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Operação Lava Jato e permite que o petista volte a disputar eleições, despertou reações em todo o espectro político e no mercado.
O presidente Jair Bolsonaro comentou a decisão fazendo insinuações sobre Fachin e o PT. “Fachin sempre teve uma forte ligação com o PT, então não nos estranha uma decisão nesse sentido. (…) Todo mundo foi surpreendido, afinal, todas as bandalheiras desse governo estão claras perante toda a sociedade. Eu acredito que o povo brasileiro não quer um candidatos desses em 2022”, disse o presidente.
Lula não comentou diretamente a decisão, mas seus advogados, Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, afirmaram em nota que o desfecho “é o reconhecimento de que sempre estivemos corretos nessa longa batalha jurídica”. “As absurdas acusações formuladas contra o ex-presidente pela ‘força tarefa’ de Curitiba jamais indicaram qualquer relação concreta com ilícitos ocorridos na Petrobras e que justificaram a fixação da competência da 13ª. Vara Federal de Curitiba”, escreveram os advogados.
Contudo, eles ponderaram que a decisão de Fachin não pode “reparar os danos irremediáveis causados pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Lava Jato ao ex-presidente Lula, ao Sistema de Justiça e ao Estado Democrático de Direito”.
Entre os petistas, o tom foi de comemoração. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato na eleição presidencial de 2018 e uma das opções do seu partido para 2022, afirmou no Twitter: “Por justiça, a luta sempre vale. Sem ela, não há paz.”
O governador do Ceará, Camilo Santana, disse que a decisão “repara um erro grave e histórico” e que ninguém, “nem julgados, nem julgadores”, deve estar acima da lei.
Fonte: Deutsche Welle (DW)