Lima (Prensa Latina) Um dirigente sindical peruano acusou nesta quinta (13) o governo de atribuir o risco de atos terroristas à mobilização da oposição que começará em seis dias, à qual se juntaram personalidades de organizações sociais externas.

Por outro lado, o Executivo decretou a prorrogação por 30 dias do estado de emergência que rege a rede rodoviária nacional, para garantir a livre circulação, depois de afirmar o ministro do Interior, Vicente Romero, que a Polícia Nacional utiliza todos os seus recursos antes os protestos, que durarão 10 dias.

O secretário de Organização da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGTP), Manuel Coronado, rejeitou as declarações de Romero e outras manchetes – secundadas por políticos de direita e meios de comunicação – sobre o suposto risco de violência e infiltração terrorista nas mobilizações.

“Estão semeando o medo, como último recurso para desencorajar a participação popular nas marchas”, disse o dirigente sindical à Prensa Latina, reiterando o caráter pacífico que assegura a Coordenação Nacional Unitária de Luta, que convoca as mobilizações de 19 a 28 de julho.

Acrescentou que o Governo apela ao medo depois do fracasso da sua política de criminalização do protesto com medidas como o registo exaustivo de todos os que chegam aos acessos a Lima para participar nas marchas que exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte.

Coronado aderiu ao pedido de um líder provincial, para que a Polícia acompanhe as marchas nos flancos e as monitorize com drones, para verificar o seu desenvolvimento pacífico.

Enquanto isso, a amplitude da marcha foi evidenciada pelo apoio dado a ela por personalidades de centro e centro-direita, como o ex-ministro do Trabalho do governo nacionalista de Ollanta Humala, Rudecindo Vega.

A ex-ministra da Mulher Gloria Montenegro e a comentarista política conservadora Rosa María Palacios também expressaram sua decisão de participar das marchas.

O secretário-geral da CGTP, Gerónimo López, informou que as brigadas sindicais vão monitorizar a eventual ingerência de provocadores que gerem violência, para impedir que a consigam

A marcha é organizada pelo Comitê de Luta formado por representantes de sindicatos nacionais de trabalhadores, camponeses, rodadas camponesas e organizações regionais e, no caso de Lima, comitês de bairros populares, entre outros.

O protesto exige eleições gerais antecipadas, assembléia constituinte, sanções para os perpetradores e responsáveis ​​por 66 mortes durante os protestos contra o governo entre dezembro e janeiro, e rejeita a presença de tropas dos Estados Unidos no Peru.