Durante palestra no Parlamento Europeu, presidente francês volta a citar o não cumprimento de leis ambientais por parte do Brasil como impeditivo para acordo entre Mercosul e União Europeia entrar em vigor.
Em seu primeiro discurso no Parlamento Europeu desde o início da presidência rotativa da França na União Europeia, em 1° de janeiro, o presidente, Emmanuel Macron, fez um pronunciamento defendendo a soberania europeia e saudando a eficácia do bloco diante da pandemia da COVID-19.
Além desses tópicos, outros assuntos foram abordados pelo mandatário, como a segurança e a preservação ambiental. Neste último quesito, Macron fez questão de ressaltar o não cumprimento do Brasil nos Acordos de Paris.
“A França é o país que mais se opôs à assinatura de novos acordos e que denunciou o Mercosul, levando em conta justamente o não respeito dos Acordos de Paris pelo Brasil”, disse o chefe de Estado citado pelo UOL.
O mandatário afirmou ainda que pretende manter essa postura durante a presidência rotativa da UE. O líder francês insistiu que “a Europa não deve assinar contratos com potências que não respeitam o Acordo de Paris“.
Não é a primeira vez que Macron se posiciona claramente contra o acordo Mercosul-União Europeia, que foi fechado durante o governo Bolsonaro, mas não entrou em vigor, visto que precisa do sinal verde de todos os países participantes do bloco europeu para acontecer.
Especialistas apontam que, de fato, a não efetivação do pacto entre os dois blocos em grande parte não acontece pelos europeus não enxergarem uma condução competente do governo brasileiro diante das questões ambientais, e que esse “é um tema caro para UE e que, por isso, os países europeus exercem pressão e não ratificam o acordo”.
“É um acordo aprovado, mas não entrou em vigor em virtude da política do governo brasileiro que se afastou muito dos países europeus durante a atual administração”, afirmou Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM Porto Alegre, em entrevista para Sputnik Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil