Brasil 247 – Os franceses foram às urnas neste domingo (19) para o segundo turno da eleição legislativa. De acordo com os resultados oficiais, a coalizão formada em torno do partido do presidente Emmanuel Macron conseguiu 246 cadeiras , contra 142 da frente de esquerda. Com o resultado, o chefe de Estado, reeleito em abril, perde a maioria absoluta na Assembleia. O pleito também mostra um avanço importante da extrema direita, com 89 deputados eleitos.

Em razão do sistema eleitoral francês, majoritário, a coalizão de Macron precisava eleger 289 dos 577 deputados para que o presidente tivesse estabilidade política. Como não alcançou esse número, ele ficará dependente de acordos com a oposição para aprovar projetos de lei.

O principal rival de Macron nesse pleito foi a Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), coalizão que, pela primeira vez em 25 anos, conseguiu se reunir em um único grupo boa parte da esquerda, com a participação dos ecologistas, comunistas e socialistas, além da França Insubmissa (FI), partido da esquerda radical, destaca a RFI.

Para Jean-Luc Mélenchon, que lidera a França Insubmissa e que por pouco não chegou ao segundo turno da eleição presidencial em abril, com quase 22% dos votos, a eleição legislativa é sua revanche. Desde que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial, ele diz que seu objetivo é impedir Macron de aplicar seu programa de linha liberal e, se possível, se tornar o próximo primeiro-ministro.

“É uma situação totalmente inesperada, inédita. A derrota do partido presidencial é total e não aparece nenhuma maioria”, celebrou Mélenchon logo após a divulgação dos primeiros resultados.

Extrema direita em alta

Já Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa, via nesse segundo turno da eleição legislativa uma oportunidade de reforçar sua legenda na Assembleia Nacional. Seu partido, o Reunião Nacional, esperava eleger mais de 15 deputados, número necessário para formar um grupo parlamentar.

Mas com os resultados, que apontam 89 cadeiras para o partido de Le Pen, não apenas a legenda formará um grupo parlamentar, algo que não acontecia na França desde 1986, como também poderá pesar consideravelmente nas decisões das leis do país nos próximos anos.