Ao menos 53 pessoas morreram após o caminhão reboque em que estavam capotar no sul do México nesta quinta-feira (09/12), num dos piores acidentes a vitimar migrantes arriscando suas vidas na tentativa de chegar aos Estados Unidos.

Segundo autoridades do estado de Chiapas, onde o acidente ocorreu, e testemunhas, o caminhou se chocou contra um muro numa curva de uma rodovia, capotou e a carreta se soltou. Aparentemente o motorista, que fugiu após o desastre, estava em alta velocidade e perdeu o controle sobre o veículo.

Mais de 100 pessoas estavam viajando amontoadas na carreta, sendo a maioria da Guatemala, que faz fronteira com Chiapas, segundo a Defesa Civil. Dezenas ficaram feridas e foram levadas a hospitais. Homens, mulheres e crianças estão entre as vítimas.

Imagens de televisão mostraram várias ambulâncias, bombeiros e socorristas ao redor do caminhão, juntamente com migrantes em choque que aguardavam atendimento.

Caminhão capotado no México
Em alta velocidade, caminhão teria se chocado contra um muro e capotadoFoto: El La Mira/REUTERS

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, se manifestou sobre o ocorrido no Twitter. “Lamento profundamente a tragédia causada pela capotagem de uma carreta em Chiapas que transportava migrantes centro-americanos. É muito doloroso.”

O México ofereceu acomodação e vistos humanitários aos sobreviventes da tragédia, e o governador de Chiapas, Rutilio Escandon, afirmou que os responsáveis pelo acidente serão identificados.

O governo guatemalteco, por sua vez, ofereceu ajuda para repatriar seus cidadãos, e o de El Salvador disse estar apurando se também havia pessoas provenientes do país entre as vítimas.

Travessia arriscada

Migrantes fugindo da pobreza e da violência na América Central costumam se arriscar em perigosas viagens organizadas por traficantes através do México para chegar aos EUA. Muitas vezes, também são vítimas de abusos de autoridades mexicanas.

Migrantes amontoados em carretas são encontrados com frequência no México, incluindo 600 pessoas localizadas em dois caminhões no leste do país no mês passado.

Um número recorde de mais de 190 mil pessoas foi preso na fronteira dos EUA com o México neste ano, com migrantes, a maioria da América Central, tentando se aproveitar da promessa do presidente Joe Biden de adotar políticas de imigração mais humanas do que seu antecessor, Donald Trump.

No México, autoridades em Chiapas têm tentado persuadir migrantes a não formar caravanas para andar centenas de quilômetros até a fronteira americana.

O governo Biden também tem apelado para que migrantes não deixem seus países rumo aos EUA e nesta semana reimpôs uma política iniciada sob Trump de enviar requerentes de refúgio de volta ao México enquanto aguardam audiências judiciais.

Alguns críticos argumentam que políticas mais rígidas empurram migrantes para as mãos de traficantes de pessoas, colocando suas vidas em risco.

O braço mexicano da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) pediu que sejam criados alternativas e caminhos legais para a migração para “evitar tragédias como essa”.

Fonte: Deutsche Welle (DW)