Os governos da Bahia e do Maranhão apresentaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) novos documentos dentro de um  processo de pedido de importação de doses da vacina Sputnik V, que já é largamente fabricada no Brasil para exportação.

Os dois estados entraram com a solicitação baseados na legislação que permite a importação pelo Brasil, em caráter excepcional, de vacinas permitidas por outras autoridades sanitárias. A Sputnik V já foi autorizada em 66 países com uma população total de mais de 3,2 bilhões de pessoas.

Os governadores do Consórcio do Nordeste alegam que a vacinação da população brasileira é medida urgente para o controle da pandemia, diante do aumento do número diário de contaminados e mortos, mas também pelo registro da chegada ao Brasil da nova cepa indiana do coronavírus no Maranhão, considerada ainda de maior letalidade.

Resistência da Anvisa

A nova requisição foi apresentada depois que um pedido anterior, feito pelos governos do Maranhão, da Bahia, do Ceará, de Sergipe e de Pernambuco, foi negado pela Diretoria Colegiada da Anvisa em abril. Segundo a diretoria da agência, não houve comprovação de segurança e eficácia, especialmente que não houve evidência de que o adenovírus usado na fabricação do imunizante não teria capacidade de replicação no corpo dos pacientes.

Os representantes da Sputnik V, o Instituto Gamaleya e o Fundo de Investimento Direto da Rússia, questionaram a decisão, ameaçando processo por difamação contra a agência brasileira. Eles afirmaram que há segurança e eficácia e que o imunizante não possui risco de replicação do adenovírus.

Governadores de diversos estados que participaram da negociação das doses reuniram-se com os responsáveis pela fabricação da vacina para ter mais informações e discutir como atender às demandas da Anvisa, viabilizando a importação.

Consórcio do Nordeste

“O documento entregue nesta sexta-feira à Anvisa é o último que faltava”, informou o presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, governador do Piauí e coordenador da temática de vacinas contra a Covid-19 no Fórum Nacional de Governadores.

“Agora, esperamos que o órgão de vigilância sanitária brasileiro cumpra a Lei 14.124/21, que autoriza a importação excepcional de imunizantes já aprovados em outros países e dê seu parecer favorável para o uso da vacina Sputnik V no Brasil”, explicou Dias.

Para Wellington Dias, o documento comprova que a Sputnik V preenche todos os requisitos internacionais de segurança, eficácia na imunização e qualidade do produto, confirmados também pelo Comitê Científico Nordeste e por outros cientistas brasileiros. “Mais vacina é tudo o que os brasileiros e brasileiras precisamos. Não é um jogo de palavras, é isso mesmo: VACINAS JÁ!”, acrescentou o governador do Piauí.

Sputnik brasileira

O Fundo Russo que produziu a vacina divulgou, ontem (20), vídeo que mostra a Farmacêutica brasileira União Química fabricando o primeiro lote da Sputnik V em São Paulo. Segundo os russos, após controles de qualidade no Centro Gamaleya, a fábrica brasileira exportará as doses atender à demanda de outros países da América Latina no combate à covid-19, já que a Anvisa não autoriza o uso no país.

A vacina foi aprovada em países latino-americanos como Argentina, México, Nicarágua, San Vicente e Granadinas, Guiana, Honduras, Guatemala, Antígua e Barbuda, Panamá.

 

Fonte: vermelho.org.br