Por Redação – Foto Lula Marques/AgBrasil

O tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esteve na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, nesta terça-feira (11). Ao ser interrogado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, Cid usou optou pelo silêncio.

Mauro Cid iniciou seu depoimento explicando como era sua função junto ao ex-presidente Bolsonaro. “Na prática, a função do ajudante de ordem consistia, basicamente, em um serviço de secretariado executivo do ex-presidente”, disse.

“No dia a dia das reuniões e agendas do ex-presidente, recepcionávamos os participantes e os direcionávamos ao local desejado, ficando do lado de fora das salas de reunião, sempre à disposição. Não questionávamos o que era tratado nas respectivas agendas e reuniões”, contou o militar que está preso desde o dia 3 de maio sob a acusação de fraudar cartões de vacinas de Bolsonaro, seus familiares e parentes do próprio Mauro.

O Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a ida Mauro Cid para depor na CPMI, mas também garantiu o direito de ficar em silêncio diante de perguntas que possam incriminá-lo. Cid se valeu desta garantia para ficar em silêncio.

“Até onde tenho conhecimento, sou investigado pelo Poder Judiciário, especialmente pelo STF, em ao menos oito ações criminais. Entre elas, a suposta falsificação de cartões de vacina; a suposta participação e incitação dos atos de 8 de janeiro e a suposta fraude na [tentativa de] retirada de presentes recebidos pelo ex-presidente. Por este motivo, não poderei esclarecer diversos outros questionamentos que poderiam ser feitos para além do contexto fático [relacionado aos atos golpistas de 8 de janeiro] e, por orientação da minha defesa e com base na ordem do habeas corpus concedida pelo STF, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio”, explicou o tenente-coronel Mauro Cid.

Mauro Cid assumiu o posto de ajudante de ordem de Bolsonaro em 2019. Ele é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado eleitoral de 2022, inclusive com planos de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com investigações da Polícia Federal, mensagens capturadas com autorização judicial após apreensão do celular de Cid evidenciam que ele reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.

Em seu telefone celular, peritos da Polícia Federal (PF) encontraram mensagens que ele trocou com outros militares e que, segundo deputados federais e senadores que integram a CPMI do 8 de Janeiro, reforçam a tese de que o grupo tramava um golpe.

Relatório de investigação produzido pela Polícia Federal registra que as mensagens mostram Cid reunindo documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. Nelas, o militar teria compartilhado um documento com instruções para declaração de Estado de Sítio diante de “decisões inconstitucionais do STF”.

Com informações da Agência Brasil