Por Maria Cecília Freire – Foto: Reprodução Freepik

 

Ao pensarmos na Literatura dentro do movimento Modernista, devemos relaciona-la diretamente com as mudanças sociais que o Brasil enfrentava. Afinal, toda literatura é política, seja ela engajada ou militante. Após 1917, vários escritores, críticos literários e demais artistas voltaram seus trabalhos para alcançar as massas, como uma forma de superar a sociedade elitista e falida pela guerra.

A Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, é constantemente associada a “implementação do moderno”, contudo, não possui ligação direta ao modernismo, uma vez que o pensamento modernista já tinha seu início em 1914, tomando forma em países desenvolvidos e em pouco tempo espalhando-se pelo mundo, quebrando a tradição literária e reinventando a história o que tornou-se um grande marco para o movimento.

Segundo o historiador Nicolau Sevcenko em seu livro Literatura como missão: tensões socais e criação cultural na Primeira República, “As décadas situadas em torno da transição dos séculos XIX e XX assinalaram mudanças drásticas em todos os setores da vida brasileira. Mudanças que foram registradas pela literatura, mas sobretudo mudanças que se transformaram em literatura. Os fenômenos históricos se reproduziram no campo das letras, insinuando modos originais de observar, sentir, compreender, nomear e exprimir. A rapidez e profundidade da transfiguração que devassou a sociedade inculcou na produção artística uma inquietação diretamente voltada para os processos de mudança, perplexa com a sua intensidade inédita, presa de seus desmandos e ansiosa de assumir a sua condução… Poucas vezes a criação literária esteve tão presa à própria epiderme da história tout cort.”

A figura do herói reapareceu nessa nova Literatura, através de um heroísmo revolucionário que prioriza a classe trabalhadora e inspira o combate realizado pelo próprio operário, como podemos ver em Jubiabá, de Jorge Amado, que apresenta não só aluta da classe trabalhadora como também a luta pelo direito de professar sua fé nas religiões de matriz africana. Nesta época a Literatura, bem como as outras artes, procuraram se desvincular dos traços elitistas, tentando atingir o público maior.

Muitos outros autores foram responsáveis por consolidar o Modernismo na Literatura, autores comprometidos com a escrita para a população, como Mário de Andrade, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e muitos outros.

Livros e manifestos importantes para o Modernismo:

  • Poesia Pau-Brasil, Oswald de Andrade
  • Movimentos Antropofágico, Antônio de Alcântara Machado e Oswald de Andrade
  • Macunaíma, Mário de Andrade
  • Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa
  • Capitães da Areia, Jorge Amado
  • O Quinze, Rachel de Queiroz
  • Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto
  • A Hora da Estrela, Clarice Lispector