Somente cinco dias após Moro retornar ao Brasil, Walter Delgatti e outros acusados pelo crime cibernético foram preso
Jornal GGN – Reportagem exclusiva da Agência Pública, divulgada nesta segunda (4), indica que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pode ter viajado aos Estados Unidos, em julho de 2019, em buca de ajuda para identificar e conseguir deter o hacker Walter Delgatti, principal alvo da Operação Spoofing.
Preso pela Polícia Federal, Walter confessou que seria o responsável por invadir o Telegram de membros da Lava Jato e vazar o conteúdo para o site The Intercept Brasil – que, por sua vez, não comenta sobre a fonte do dossiê que abalou a imagem de Moro.
Atingido pelos vazamentos em 9 de julho, Moro decidiu tirar licença do Ministério da Justiça entre 15 e 19 daquele mês. Viajou aos EUA e até postou fotos no Instagram com a esposa, Rosangela.
Um colaborador da Pública então questionou ao FBI, por meio da Lei de Acesso à Informação, se houve agenda com o então ministro da Justiça naquela semana.
A resposta, de acordo com o site, foi um “reconhecimento tácito”: “a polícia americana ‘não pode confirmar nem negar’”, o que, para a Pública, soa como o governo dos EUA sinalizando que a informação deve ser verdadeira.
Somente cinco dias após Moro retornar ao Brasil, Walter Delgatti e outros acusados pelo crime cibernético foram presos.
A reportagem ainda mostrou que, enquanto ministro, Moro “abriu as portas” do governo ao FBI. As agendas entre agentes norte-americanos e brasileiros foram intensificadas. Até solicitaram mais verba ao governo dos EUA para ampliar a equipe atuante no Brasil.
A Lava Jato criou uma indústria de acordos de leniência entre grandes empresas brasileiras e o Departamento de Justiça dos EUA, além da Comissão de Valores Mobiliários norte-americana.
No final de 2019, o GGN produziu uma série documental inédita e exclusiva sobre a influência dos EUA na Lava Jato.
Acesse a playlist com os 5 episódios aqui.