Varejistas anunciam que vão deixar de vender carne brasileira ou produtos associados à JBS em resposta ao esquema de “lavagem de gado” e desmatamento.
Cinco redes europeias de supermercados e uma fabricante de alimentos comunicaram nesta quarta-feira (15) que não venderão carne bovina com origem no Brasil ou produtos de carne ligados à empresa JBS por causa de recentes denúncias de destruição na Amazônia.
As seis redes são o grupo holandês Ahold Delhaize (que inclui as marcas Delhaize e Albert Heijn), a também holandesa Lidl Netherlands (que pertence ao grupo alemão Lidl), a belga Carrefour Belgium (subsidiária do grupo francês de mesmo nome), a francesa Auchan e as britânicas Sainsbury’s e Princes Group.
As medidas foram anunciadas depois de uma investigação das ONGs Repórter Brasil e Mighty Earth, escreve o portal G1. Elas incluem desde restrições específicas até boicotes totais, conforme destaca a agência Reuters.
As entidades acusam a JBS de adquirir animais abatidos criados em áreas desmatadas, dentro de um esquema conhecido como “lavagem de gado”.
Nesse esquema, o gado criado em áreas desmatadas é transferido para uma fazenda regularizada e depois vendido para o abate. Dessa forma, a origem dele é mascarada.
A JBS declarou que mantém tolerância zero com o desmatamento ilegal e que bloqueou mais de 14 mil fornecedores por descumprirem suas normas.
“Esses não são compromissos vagos ou anúncios bonitinhos que ficam bem em comunicados de imprensa, mas uma série de ações comerciais concretas adotadas por algumas das maiores redes de supermercado da Europa para parar de comprar e vender carne bovina de uma empresa e de um país que fizeram muitas promessas, mas apresentaram poucos resultados”, afirmou o diretor para a Europa da Mighty Earth, Nico Muzi.
Fonte: Sputnik Brasil