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Em novembro, a Stage Pluss honra a ancestralidade e a cultura afro brasileira com uma programação voltada para a exaltação das raízes negras. No especial do mês, os espetáculos dos grupos Exudenoix, Pilão Arcado, Raimundos, Epa!(Encontro Periférico de Artes) darão o tom do novembro negro.

O Em Cartaz traz o Mulherial, uma série baseada na história do orixá Yemojá, que tornou-se mãe de todas as cabeças e o itan da insurgência de Osun ao poderio e submissão dos homens, a série documental traz em sua estética os elementos das yabás, que são as orixás femininas Nanã, Yemojá, Osun, Oba, Oyá e Yewá. A produção contará com os relatos das artistas Célia Praesent, Uiliane Monteiro, Rita Carneiro, Karol Ribeiro, Gisa Kizumba, Raimunda Sena e Sueli Ramos.

As aulas de dança afro e do ventre estarão em destaque no Stage Class com os professores Afonso Cardoso e Gell Reys, respectivamente. Mas não é só! O mês contará com um Festival de Webclipes e as apresentações do Ateliê de Coreógrafos.

Negros e especiais

O especial do mês foi buscar inspiração na ancestralidade e na religiosidade de matriz africana. No vídeo Exudenoix, o roteiro -idealizado por artistas soteropolitanos – se faz valer de multilinguagens, como a dança, música, teatro e outras performances para traduzir como a população ressignificou a própria existência, no contexto de pandemia. Para quem não sabe, Exu é o orixá que dialoga e comunica encontros e desencontros, idas e vindas, na encruzilhada, o que imanta o ciclo da vida. Ele é o dono dos caminhos, o homem da rua, quem guarda a porta e o portão das casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios e a história, reconhecendo os saberes ancestrais do povo preto. “Invocamos Exu para traduzir em Noix o que vivemos todos os dias! Invocamos Exú, nossa porteira, nosso ebó artístico revolucionário de comunicação dentro de nossas casas. Proteção, Laroyê!”, ressalta o Coletivo Noix.

Já o Encontro Periférico de Artes possui um caráter nacional de artes dedicado à valorização e a difusão de manifestações dos universos da arte negra e de periferia. Promovendo mostra de espetáculos, oficinas, rodas de conversa, exposições, performances, audiovisual e, em destaque, a batalha do pagode baiano. Articulando os campos da dança, fotografia, música, teatro, literatura e artes visuais em centros culturais, feiras livres, ônibus, praças, escolas públicas, estações rodoviárias e espaços alternativos. A composição da programação articula as pesquisas sobre ancestralidade e manifestações populares em dança, com a atuação e produção dos artistas idealizador-jovens negros baianos, Bruno de Jesus e Inah Irenam.

Uma celebração à dança negra brasileira e sua diversidade. Essa é a proposta de Raimundos, que também presta uma homenagem aos mais de 50 anos de carreira de Raimundo Bispo dos Santos, conhecido como Mestre King, primeiro homem e negro formado pela Escola de Dança da UFBA,na década de 70. Dirigido pelo bailarino e coreógrafo Bruno de Jesus, com roteiro de Gabriel Omuz Machado e produção de Inah Irenam, o documentário Raimundos: Mestre King e as figuras masculinas da dança na Bahia é desdobramento do espetáculo de dança RAIMUNDOS, estreado em 2014.

É no ara (corpo) que o mimo (sagrado) se manifesta. O espetáculo Aramimo enaltece a força ancestral representada pelos arquétipos dos orixás como forma de potência do sujeito contemporâneo frente as complexidades da vida. A coreografia apresenta movimentações inspiradas nas simbologias do orixás, conteúdo presente no componente de Dança Afro-Brasileira do Curso Profissional-FUNCEB.

Por fim, mas não menos importante, o Pilão Arcado aborda um princípio do movimento no corpo humano, o signo e significados da cultura, a resistência no mundo. “O corpo vibra e ressoa por provocações, e ainda resiste, se nega, se opõe aos afunilamentos do mundo moderno”, finaliza o idealizador do espetáculo Anderson Rodrigo.

Para saber mais, acesse www.stagepluss.com