Por Redação – Foto Valter Pontes / Secom PMS

A Prefeitura de Salvador inaugurou nesta quinta-feira (27), o monumento em homenagem a Maria Felipa, na Praça Cairu, no Comércio. É primeira escultura em alusão à marisqueira negra, numa reparação histórica a favor de uma das heroínas que simbolizam a participação feminina nas lutas pela Independência do Brasil na Bahia. A cerimônia contou com a presença do prefeito Bruno Reis, do secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, do presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, entre artistas, produtores culturais e intelectuais.

A inauguração do monumento fecha a programação da Prefeitura em celebração aos 200 anos da Independência do Brasil na Bahia. Como neste mês se celebra o Julho das Pretas, a escultura de Maria Felipa combate o apagamento histórico e eterniza essa mulher negra, itaparicana, marisqueira e estrategista de guerra como uma heroína.

“Esse monumento é um reconhecimento ao exemplo de coragem e de força da mulher negra baiana. Representa a principal homenagem que Maria Felipa recebe em Salvador nesses 200 anos. A resistência de Maria Felipa, expulsando definitivamente os portugueses do solo baiano, será para sempre lembrada. Se hoje vivemos uma democracia e alcançamos tantas conquistas, deve-se a esse movimento de resistência”, disse o prefeito Bruno Reis no ato de inauguração do monumento.

“De olhos voltados para a Ilha de Itaparica, esse monumento vai se eternizar num dos pontos de maior visitação da nossa cidade, onde milhões de pessoas, do mundo todo, poderão conhecer a história dessa mulher. A gente fica feliz de que, nesse mês do Julho das Pretas, na semana em que se comemora a Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Prefeitura realiza mais uma entrega para valorizar, para eternizar, para servir de exemplos para as gerações do presente e do futuro”, completou o prefeito.

A obra, de autoria da artista plástica Nádia Taquary, é feita sob a técnica de moldagem em resina e fibra de vidro e mede cerca de 3 metros. O monumento conta com um QR code do projeto Reconectar, que proporciona aos visitantes conhecerem um pouco mais sobre a história daquele personagem histórico a partir de um smartphone.

“Tentei trazer uma característica de rainha, não só de poder, mas de empoderamento. Ela representa muitas vozes que, por 200 anos, mantiveram essa história viva”, disse Nadia Taquary. A localização também foi escolhida de forma estratégica. À beira-mar, de frente para a Baía de Todos os Santos, com a guerreira voltada para a Ilha de Itaparica, onde combateu marinheiros portugueses e incendiou navios.