Nos últimos dias repercutiu muito negativamente uma fala estúpida e inaceitável do podcaster Monark, que era um dos apresentadores do Flow Podcast, um dos maiores canais do segmento podcast no país.
Em uma conversa com os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral, Monark que já teve outros episódios de falas para lá de polêmicas no programa, defendeu que deveria existir um partido nazista no Brasil registrado e certificado por lei.
O doutor em letras e graduando em Direito Pablo Jamilk, fala sobre a ideia deturpada do que seria liberdade de expressão.
Muitas pessoas comentam que a liberdade é assegurada na constituição, e de fato você é livre para pensar o que quer, e exprimir o seu pensamento, mas é vedado o anonimato. Mas por quê?
O anonimato é vedado, porque cada indivíduo quando fala, professa algo, emite uma opinião, está sujeito a um corolário jurídico, que diz que você é responsável civil, juridicamente e até penalmente pelas opiniões que você emite.
Ou seja, você é responsável por tudo o que diz, estando sóbrio ou embriagado, e irá responder por suas falas se forem criminosas, é óbvio que sob o efeito de entorpecentes a pessoa pode ter uma penalidade “menor”, mas este nunca será eximido de suas responsabilidades.
O cidadão não é proibido de falar o que pensa, mas é preciso ter ciência de que tudo que é falado tem uma repercussão jurídica, e a partir do momento que a fala é uma apologia ou incentivo a algo tão tenebroso quanto foi o nazismo, deve haver punição, principalmente no Brasil, onde a apologia as práticas nazistas é um crime.
O grande filósofo da ciência chamado Karl Popper já estabeleceu em uma das suas obras o chamado “Paradoxo da Tolerância”, que não se pode tolerar qualquer tipo de opinião que seja intolerante, porque quando se tolera a intolerância, o que cresce não é a tolerância e sim a intolerância. Porque a intolerância é fundamentalmente a negação da tolerância.
Este paradoxo se aplica à fala do podcaster Monark, porque quando uma pessoa faz uma apologia aberta ao nazismo, ela está defendendo a intolerância, e não podemos tolerar que essa pessoa defenda a intolerância, pois o que virá disso é uma onda de sentimentos intolerantes.
Um paradoxo é pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.
Portanto é preciso combater esse paradoxo criado por Monark em cima do nazismo que é algo aberrante. O nazismo foi um movimento horrendo o qual nunca se viu nada igual em toda a estruturação política e ideológica de forma tão pungente como se viu no nazismo.
Pablo finaliza comentando sobre uma fala do ensaísta, pensador e escritor Umberto Eco, diz:
Quando você alça ao patamar de portador da verdade o idiota da aldeia, sem preparo, sem conhecimento, sem se qualquer noção de conceitos elementares daquilo que se quer discutir, você corre um grande risco. Se há uma grande audiência, e pessoas com pouco discernimento prestando atenção, automaticamente elas são induzidas a este tipo de pensamento pueril, este é o risco de deixar o microfone aberto na mão de quem fala besteira.
A reflexão completa do professor, filósofo e graduando em direito Pablo Jamilk, está disponível no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=JCpciJ9a3gA
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