Em 2002, quando a primeira vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República era inevitável, o especulador George Soros e outros agentes de mercado tentaram espalhar o mantra “Serra ou caos”. Dizia-se que se o tucano José Serra não fosse eleito, a economia brasileira cairia no precipício. Curioso é que, naquele momento, após o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil estava no colo do Fundo Monetário Internacional, sem reservas internacionais e não conseguia sequer cumprir a meta de inflação, mesmo num cenário de estagnação econômica.

Lula tomou posse, pediu calma aos brasileiros e fez um paciente trabalho de recuperação econômica, antes de entregar o prometido “espetáculo do crescimento”. O eixo central foi a recuperação da solidez externa da economia brasileira, com uma política de acumulação de reservas internacionais, o que garantiu ao país estabilidade nos mercados de câmbio, redução das expectativas inflacionárias e, com isso, maiores investimentos produtivos. A isso se somou uma política de distribuição de renda, com programas sociais e aumentos reais do salário mínimo, que ampliaram o mercado de consumo no Brasil.

Com essa receita, Lula foi o melhor presidente da história do Brasil para os dois mercados. Tanto para o mercado financeiro, como para o mercadinho da esquina do seu Zé e da Dona Maria. O primeiro prosperou com o avanço das operações de crédito, dos lançamentos de ações e com a valorização do real. O segundo lucrou com o aumento da renda da população brasileira. Os indicadores oficiais, disponíveis para qualquer pessoa que se disponha a fazer um debate sério sobre a economia brasileira, são incontestáveis. É ridículo e até desonesto o terrorismo de mercado feito por aqueles que acreditam que os brasileiros não têm memória ou são completamente idiotas. Em oito anos de governo, Lula ganhou de goleada, de todos os seus rivais, na comparação econômica.

Em janeiro de 2003, quando Lula assumiu a presidência, o dólar estava cotado R$ 3,53. Em dezembro de 2010, quando ele deixou o poder, a cotação era de R$ 1,67. Portanto, a moeda brasileira se valorizou quase 100%, o que significa que os brasileiros ficaram mais ricos na comparação internacional. Afora isso, o índice Ibovespa foi de 11.268 pontos para 69.304 pontos, uma valorização de 555%, que se torna ainda maior quando medida em dólar. As reservas internacionais brasileiras foram de US$ 37,8 bilhões para US$ 288,5 bilhões. E no que realmente importa para o povão, o desemprego caiu de 10,5% para 5,3%, enquanto a inflação anual foi reduzida de 12,5% para 5,9%.

Portanto, não há, como nunca houve “risco Lula”. Se existe algo, é apenas o temor daqueles que apostam no esquartejamento da Petrobrás e numa política de preços que suga recursos da sociedade brasileira para favorecer acionistas privados, sobretudo internacionais, da companhia. O ex-presidente também não tem qualquer motivo para apresentar uma nova “carta ao povo brasileiro” endereçada ao chamado mercado. Sua carta já foi redigida em oito anos de mandato, que terminaram com uma aprovação popular de 87%. O “risco Lula” é real forte, ações valorizadas, gasolina barata, carne na mesa e emprego de volta. Todo o resto é apenas terrorismo de golpistas apavorados com a volta do Brasil aos brasileiros.

Fonte: Brasil 247