Pesquisa encomendada pelas entidades representativas do comércio da Bahia, incluindo Feira de Santana, sobre “Os impactos das empresas abertas com relação a contaminação pelo coronavírus” mostra que a disseminação da covid-19 em Salvador foi maior durante o período de lockdown, em 2020.

O levantamento foi feito pelo consultor empresarial Glício Oliveira, atendendo a solicitação da Fecomércio, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (Acefs) e Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs). Os números foram apresentados durante coletiva de imprensa na noite desta segunda-feira (1º), na sede da Acefs.

Segundo a pesquisa, entre 21 de março e 27 de julho de 2020, período de fechamento do comércio, foram registrados 1,6 milhão de desempregos no Brasil. Nesse mesmo intervalo de tempo, circulavam 99 mil pessoas diariamente no metrô de Salvador e foram registrados 50 mil novos casos de covid-19 na capital baiana. Já no período de 28 de julho a 30 de novembro, quando o comércio foi reaberto e circulavam cerca de 169 mil pessoas por dia no metrô da capital, o número de contaminados foi inferior: 43 mil.  Nesse período, o país empregou 1,5 milhão de pessoas.

O levantamento mostra ainda que os 42 dois mil casos registrados no pós lockdown tiveram grande impacto das aglomerações realizadas no período das eleições.

“A pesquisa mostra que as empresas abertas geram ambientes mais seguros contra a Covid, devido protocolos de segurança, bem como contribuem para redução da patologia social que a pandemia instaurou no Brasil, que é o distanciamento social entre as classes ainda maior”, frisou Glicio.

“É importante mostrar à imprensa, para divulgar a toda população de Feira de Santana, os dados reais sobre o último lockdown que indicam que não é o fechamento do comércio que vai resolver esse problema de alta contaminação, são outros fatores que precisam ser avaliados e pensadas soluções”, pontuou o presidente da ACEFS, Marcelo Alexandrino.

O presidente da CDL Feira, Luís Mercês, completou que “a pesquisa mostra que quando nós temos a atividade laboral totalmente exercida, acabamos baixando o número de contaminação e é isso que nós queremos para vencer o coronavírus”.

Os números apresentados pelo consultor empresarial foram baseados em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), CCR Metrô e sites de controle e gestão da Covid dos governos do estado e da capital.