Por Redação – Foto Reprodução Redes Sociais
Porto Alegre (RS) foi atingida por um temporal na tarde de quarta-feira (1), marcado por chuvas intensas, ventos fortes e raios. O fenômeno causou alagamentos em cinco bairros – Centro Histórico, Cidade Baixa, Bom Fim, Floresta e 4º Distrito – e deixou mais de 100 mil pessoas sem energia elétrica. Com quedas de árvores e bloqueios em ruas, o transporte público também sofreu interrupções.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foram registrados 88 mm de chuva em 24 horas, o que representa mais da metade da média de precipitação esperada para todo o mês de janeiro, que é de 144 mm.
Impactos no transporte e energia
De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), 14 pontos da cidade ficaram bloqueados devido a alagamentos e árvores caídas. Na rede de trens urbanos da Trensurb, a estação São Pedro alagou, levando ao fechamento das estações Mercado e Rodoviária. Os trens estão operando apenas até a estação Farrapos.
No pico do temporal, 115 mil pessoas ficaram sem luz, segundo a CEEE Equatorial. Na manhã desta quinta-feira (2), 27 mil ainda aguardavam a normalização do fornecimento. O prefeito Sebastião Mello afirmou que já entrou em contato com a empresa responsável para obter uma previsão de retomada completa do serviço.
A Bahia, o Brasil e o mundo a um click de distância. Siga nosso canal do WhatsApp.
Alerta de novas tempestades
A Defesa Civil emitiu um alerta para tempestades nesta quinta-feira (2), válido das 12h às 22h. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas intensas (20 a 30 mm/h), ventos entre 40 e 60 km/h e possível queda de granizo. Há risco de novos alagamentos, cortes de energia e quedas de árvores.
Falhas no sistema de casas de bombas
A falta de energia prejudicou o funcionamento das casas de bombas, essenciais para a drenagem urbana. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) informou que duas estações críticas – uma no Centro Histórico e outra no 4º Distrito – ficaram inoperantes. Ao todo, dez estações foram impactadas e três seguiam sem funcionar na manhã de quinta-feira.
Bruno Vanuzzi, diretor do DMAE, admitiu em entrevista que os geradores das casas de bombas não foram acionados em todas as unidades por falta de operadores capacitados. “Os equipamentos ainda não estão automatizados, então o acionamento precisava ser feito manualmente, mas isso não ocorreu em todas as estações”, explicou.
Críticas à gestão municipal
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, atribuiu os alagamentos à gestão do prefeito Sebastião Mello. Segundo Pimenta, o sistema de casas de bombas funcionou de forma precária em toda a região Norte e Centro da cidade, com exceção da estação do Trensurb.
“O que aconteceu foi resultado da ausência de manutenção e operação adequada do sistema. Se a prefeitura não fizer sua parte, os alagamentos continuarão a cada nova chuva”, afirmou Pimenta, destacando que o sistema de drenagem é essencial para evitar tragédias como a de quarta-feira.
Com a previsão de mais chuvas, a cidade enfrenta apreensão e espera por respostas concretas para evitar novos desastres.