Por Redação – Foto: Criar Brasil/BBC

Reportagem do Portal A TARDE

O escrito e jornalista Emiliano José comunicou em sua rede social Facebook, o falecimento neste domingo, 14, aos 70 anos de idade, de Theodomiro Romeiro dos Santos, primeiro homem condenado pela ditadura militar brasileira com apenas 18 anos idade. Segundo informações do próprio Emiliano, em 2028 Romeiro teve um grave AVC hemorrágico.

Ainda jovem, Theodomiro se tornou uma poderosa bandeira na luta contra a ditadura militar. Fato este que levou a ser perseguido, preso e condenado a morte pelo Conselho Especial da Aeronáutica em março de 1971, com apenas 19 anos de idade.

De acordo com informações da Associação Baiana de Imprensa (ABI), em 1970, numa caçada que terminou com sua prisão na região do Dique do Tororó, em Salvador, Romeiro teria atirado e causado a morte do sargento da aeronáutica Walder Xavier, 35 anos. Por este motivo foi julgado e condenado a morte.

Amigo desde o tempo da ditadura, o jornalista e escritor Emiliano José, em conversa com o A TARDE, contou um pouco da sua história de luta ao lado de Romeiro, amizade esta que lhe rendeu o nome de batismo do seu filho.

“Essa figura importante que combateu a ditadura no nosso país. Eu conheço Theodomiro desde os 17 anos. Ele teve um AVC hemorrágico muito forte em 2018. Eu ainda estive com ele algumas vezes e uma outra vez ele conseguiu reagir um pouco porque nós éramos muito próximos e era possível que a minha a minha presença permitia que voltasse à memória dele mas as vezes ele estava bastante comprometido com o AVC hemorrágico. Ele viveu amorosamente ao lado da companheira dele, Virgínia e partiu hoje”, comentou Emiliano.

Theodomiro Romeiro (esquerda) e Paulo Pontes durante julgamento em 1971 | Foto: Paulo Biccas/Tribuna da Bahia

“Eu eu fui preso muito próximo dele. Ele foi preso em outubro de 1970, eu fui preso em novembro de 70. Ficamos [presos] juntos ali no Barbalho ,ele foi testemunha direta da minha tortura. Ele me viu chegar na prisão arrebentado no pau de arara, de choque elétrico e tal porque na prisão, na cela que eu ia ficar, ele foi tirado da cela pra eu entrar e ficar lá sozinho. Ele pensou que eu estava morto até porque e eu vim carregado numa maca e desde lá uma amizade muito profunda. O meu filho se chama Theodomiro pra você ter uma ideia da amizade, do carinho e nós nunca nos apartamos em tudo”, contou o escrito Emiliano José.