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No âmbito da sua presidência rotativa, a China convidou para a próxima cúpula do BRICS em Xiamen os representantes do México, Tailândia, Guiné e Tajiquistão. O vice-chefe do Centro dos EUA, Canadá e América Latina russo, Dmitry Burykh, explicou essa decisão das autoridades chinesas.

Geralmente, o país anfitrião da cúpula dos BRICS convida os líderes dos países da sua região. Entretanto, este ano a China decidiu convidar para a próxima cúpula representantes de países de diferentes regiões do mundo: o México, a Tailândia, a Guiné e o Tajiquistão. Dmitry Burykh explicou ao serviço russo da rádio Sputnik por que desta vez o anfitrião da cúpula decidiu fazer isso.

“Em minha opinião, a razão mais evidente para a decisão de convidar os países tais diferentes é que o BRICS quer ser cada vez mais forte na arena internacional. Em 2014, quando o Brasil sediou a cúpula, foram convidados países latino-americanos, incluindo países do Mercosul. Na cúpula em Ufa [Rússia] em 2015, foram realizados de fato duas cúpulas, uma do BRICS e outra da Organização para Cooperação de Xangai. Em geral, o convite a tais países como México, Tailândia, Guiné e Tajiquistão prova que o BRICS está tentando desenvolver relações com outros blocos econômicos”, disse ele.

O especialista explicou a escolha dos países convidados à cúpula. Segundo Burykh, a Tailândia é um dos membros mais fortes da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático], com o terceiro PIB no bloco. O Tajiquistão é um membro da Organização para Cooperação de Xangai, e, mais do que isso, representa um interesse especial para a China.

Quanto ao México, o país “está na encruzilhada, porque a NAFTA, o fator econômico no qual esteve baseado o sucesso da economia mexicana nos anos passados, está em dúvida devido às novas iniciativas de Donald Trump [presidente dos EUA]”.

“Esses países são de interesse não apenas para a China, mas também para todos os países do BRICS”, acrescentou o especialista.

Burykh sublinhou que a participação da cúpula do BRICS não é um mero passo diplomático para os países convidados para essa cúpula: eles estão interessados no alargamento do BRICS e na adesão ao bloco.

“Não é apenas um passo diplomático […] O lançamento dos programas econômicos, tais como o Novo Banco de Desenvolvimento, torna o BRICS mais atraente para outros países. Sem dúvida, a questão política do bloco é importante, mas as atividades econômicas do BRICS são uma espécie de magneto para os países e blocos que estão procurando uma alternativa à ordem econômica existente, onde dominam os EUA e se observa a retórica das sanções. Por exemplo, os mexicanos estão enfrenando esse problema hoje e o BRICS é uma espécie de alternativa para procurar novos mercados e reforçar suas posições”, explicou ele.

A próxima cúpula do BRICS será realizada entre os dias 3 e 5 de setembro na cidade chinesa de Xiamen.

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