Por Redação – Foto Pavel Golovkin/Getty Images

 

A Procuradoria de Moscou emitiu um alerta nesta sexta-feira (16) contra possíveis protestos na capital russa devido à morte do ativista Alexei Navalni, anunciada pelo Serviço Federal Prisional do país. Navalni, o mais conhecido opositor de Vladimir Putin, cumpria uma sentença de 30 anos de prisão em uma penitenciária localizada a 40 km acima do Círculo Polar Ártico.

O comunicado da Procuradoria destacou que os eventos de massa não foram coordenados com as autoridades do Executivo da cidade, de acordo com os procedimentos estabelecidos em lei. A legislação russa não permite que mais de uma pessoa se reúna em manifestações sem autorização do município.

Até o momento, não houve registro de manifestações ou passeatas devido à morte do ativista. Em Moscou, apoiadores de Navalni colocaram flores junto ao monumento conhecido como Pedra Solovetski, um símbolo do sistema soviético de prisões para opositores conhecido como Gulag. A homenagem ocorreu em frente à sede do FSB, sucessor da antiga KGB, e está sendo acompanhada pela polícia, que por enquanto não interveio.

Protestos semelhantes foram relatados em redes sociais em pelo menos outras dez cidades russas, como São Petersburgo, sem incidentes até o momento.

Apesar de nunca ter tido grande densidade eleitoral, Navalni viu sua popularidade crescer com o calvário prisional a que foi submetido depois de voltar à Rússia em janeiro de 2021. Ele estava na Alemanha sendo tratado do envenenamento com um agente neurotóxico soviético, ocorrido em setembro de 2020 na Sibéria. Quando foi preso ao desembarcar de um avião desviado de aeroporto, multidões voltaram às ruas para protestar.

No entanto, o endurecimento da repressão policial acabou desinflando o movimento. A partir de 2022, com a entrada em vigor de leis severas contra quem se opõe à Guerra da Ucrânia, protestos de massa virtualmente desapareceram na Rússia, com exceções pontuais contra a mobilização feita por Putin para suprir suas forças na invasão do país vizinho e, mais recentemente, por questões como problemas no aquecimento público no inverno no interior russo.