Áreas naturais possuem grande relevância nas atividades turísticas brasileiras, contribuindo diretamente com a geração de renda e empregos em todo o País

Rico em biodiversidade e paisagens naturais, o Brasil é o País número um em atrativos naturais na América Latina e segundo no mundo, segundo o ranking de 2019 do Relatório de Competitividade em Viagens e Turismo do Fórum Econômico Mundial. O segmento turístico foi responsável por movimentar cerca de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, totalizando US$ 152,5 bilhões, conforme estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, em inglês). A pesquisa também aponta que o setor empregou 6,9 milhões de pessoas, correspondendo a 7,5% do total de postos de trabalho criados no Brasil.

Entretanto, eventos que colocam a natureza em risco – muitos provocados pela intervenção humana – podem prejudicar as atividades turísticas e a geração de renda no País. “Há uma clara relação entre a proteção da natureza e o desenvolvimento econômico, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Temos de aproveitar os produtos que a natureza oferece como atrativos turísticos e também desenvolver estratégias para frear problemas ambientais existentes que podem colocar em risco essa oportunidade. Para isso, é preciso envolver atores de diferentes setores da sociedade, como empreendedores do turismo, órgãos públicos, pesquisadores, instituições privadas e sociedade civil”, afirma a coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva.

Confira quatro riscos ambientais que podem comprometer o turismo e a economia no Brasil:

1) Derramamento de óleo

Entre os desastres ambientais mais recentes no Brasil está o vazamento de petróleo no Oceano Atlântico, que chegou à costa em agosto e continua afetando praias do Nordeste. Pesquisadores identificaram que, em alguns casos, haverá um dano permanente para o ecossistema marinho, para a economia local e para a saúde humana, considerando que parte do óleo levará décadas para reduzir sua contaminação química. Segundo um estudo do Ministério do Turismo, as atividades relacionadas ao turismo da região movimentam cerca de R$ 45 milhões por ano, baseadas principalmente nas praias e nas paisagens naturais. Os impactos também afetam a pesca e a culinária, já que a absorção de óleo por espécies marinhas resulta em uma cadeia alimentar contaminada.

2) Queimadas

Em 2019, foi registrado o maior número de focos de queimadas em território brasileiro dos últimos sete anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mais de 100 mil focos de incêndio foram registrados em todo o País, sendo 20 mil apenas no Mato Grosso, especialmente em terras amazônicas. De acordo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), as perdas econômicas no bioma derivadas do uso do fogo variam entre US$ 12 milhões e US$ 97 milhões por ano, devido à liberação de toneladas de carbono, perda da biodiversidade, desequilíbrio ecossistêmico, alterações climáticas, erosão do solo e danos ocasionados pela exportação de fumaça para outras regiões. E o problema não fica restrito à Amazônia. Outros biomas, como Mata Atlântica, Pampa, Cerrado e Pantanal, também tiveram aumento do número de focos de incêndio ao longo do ano.

3) Turismo predatório

Oposto ao turismo sustentável, o turismo predatório é uma modalidade em que a visitação gera impactos ambientais, culturais e sociais negativos aos destinos turísticos. Esse tipo de prática impacta diretamente no desenvolvimento econômico da região. Por um lado, o turismo predatório está associado a turistas que não seguem regras, contribuindo com o esgotamento de recursos naturais, desequilíbrio social e econômico, além da descaracterização cultural. Por outro lado, locais turísticos devem ser preparados com infraestrutura adequada para receber visitantes e blindar o patrimônio local, equilibrando a geração de renda e a qualidade de vida. Os danos a patrimônios históricos e culturais, recursos naturais e de urbanismo podem ser irreversíveis e os custos com a reparação dos mesmos podem ser mais caros que a construção de infraestrutura para receber os visitantes. O prejuízo econômico torna-se ainda maior caso a região crie uma reputação ruim pela falta de gestão turística, refletindo no declínio de visitantes e da geração de renda.

4) Desmatamento

Assim como as queimadas, o desmatamento também gera grande impacto econômico, social e ambiental, atuando na perda da biodiversidade, na degradação do habitat e no agravamento da crise climática global. A erosão provocada pelo manejo incorreto do solo foi responsável pela perda de produtividade em 23% da superfície terrestre, o que representa perda de cerca de 10% do Produto Interno Bruto global anual. Os dados são do relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Sobre a Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.

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