Por Redação – Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

 

A recente determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para a quebra dos sigilos bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está prestes a lançar luz sobre um intricado esquema de movimentação financeira que poderia ter sido usado para lavagem de dinheiro.

Os ministros da Suprema Corte acreditam que as doações via Pix, que totalizam impressionantes R$ 17 milhões, possam representar um ponto vulnerável nas investigações.

A quebra dos sigilos bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deve acertar em cheio o duto por onde era lavada parte da dinheirama que entrava em sua conta.

A expectativa dos ministros é que um dos pontos vulneráveis da operação está nas doações feitas ao ex-presidente por meio de Pix, que somam R$ 17 milhões.

Muito dinheiro em pouco tempo

Foi muito dinheiro transferido em pouco tempo, o que levanta a suspeita de uso de “laranjas” para oficializar, por meio dos depósitos, um recurso que na verdade era de caixa dois.

A informação de que o pai do tenente-coronel Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, guardava US$ 25 mil, em dinheiro vivo, para entregar a Bolsonaro depois da venda de joias no exterior fez com que as suspeitas aumentassem.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os R$ 17,2 milhões foram depositados a ele nos seis primeiros meses deste ano.

As movimentações atípicas, segundo o órgão, podem estar atreladas à vaquinha feita por apoiadores para pagar multas do ex-presidente com a Justiça.

Aplicações financeiras

O relatório do Coaf diz ainda que parte dos recursos arrecadados via Pix teriam sido convertidos em aplicações financeiras – isto é, investimento. Segundo o órgão, há transferências do PL, três empresas e de outras 18 pessoas, entre advogados, empresários, militares e pecuaristas que fizeram “doações” via Pix que variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Uma só empresa, inclusive, teria feito 62 transferências.

O relatório com as movimentações financeiras atípicas na conta de Bolsonaro foi encaminhado pelo Coaf aos parlamentares que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito Mista que apura os atos democráticos do dia 8 de janeiro, a CPMI dos Atos Golpistas.