Por Metro1 – Foto: Fernanda Vilas/ Reprodução

As páginas de Mata Doce (2023), contam a história de Maria Tereza, uma datilógrafa e matadora de bois, moradora do interior da Bahia. A obra é o primeiro romance da doutora em letras e escritora Luciany Aparecida, entrevistada na Rádio Metropole, nesta segunda-feira (13).

Luciany revelou que a narrativa tem entre seus objetivos mostrar a relação aproximada entre o trabalho rural e a literatura, que na maioria das vezes é desassociada pelas pessoas que vivem fora dessas comunidades. O livro destaca ainda a luta por terra e pelo acesso à água.

“Conta a história de uma personagem que se chama Maria Tereza, que vive numa comunidade rural e é criada por duas mães, da infância até os 92 anos. Tem um momento em que ela assume a narrativa em primeira pessoa e ela conta como foi a vida dela. Eu queria pensar uma mulher na velhice no ambiente rural. O livro vai transitando entre o passado e o presente. A personagem é datilógrafa e ,matadora de bois, porque eu queria pensar em uma personagem que pode ter relação aproximada, mas que a sociedade vê como distante, que é o trabalho de uma situação rural com a literatura”.

Na análise sobre a obra de sua autoria, Luciany diz que deseja que os leitores sejam tocados e comovidos pela narrativa de luta, dor e conquistas dessas mulheres.

“Eu queria muito que as pessoas que lessem esse livro, se apaixonassem por essa personagem e se sensibilizassem pela vida. O que é no Brasil, um país que se organiza estruturalmente a partir de uma perspectiva mais machista, heteronormativa, duas mulheres viverem juntas, em uma comunidade rural e adotar uma criança? Então eu queria que essa história tocasse as pessoas”, refletiu.