Moscou (Prensa Latina) A decisão dos Estados Unidos de enviar bombas de fragmentação à Ucrânia é mais uma demonstração deliberada de seu rumo antirrusso, declarou neste sábado (08) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, María Zajárova.

“A decisão da administração de Joe Biden de fornecer munições de fragmentação ao governo de Kiev destina-se a prolongar o conflito na Ucrânia e a guerra até ao último ucraniano”, afirmou o diplomata, citado pela agência noticiosa Sputnik.

Zakharova acrescentou que é “uma tentativa cínica de prolongar a agonia das atuais autoridades ucranianas, independentemente das baixas civis”.

“A entrega das munições cluster é um gesto de desespero e prova de impotência diante do fracasso da altamente divulgada contra-ofensiva ucraniana”, disse ele.

De acordo com Zakharova, Washington está bem ciente de que as “promessas” ucranianas de usar essas armas “com cuidado e responsabilidade são inúteis e “os civis estarão em perigo”.

A porta-voz alertou que os elementos da bomba de fragmentação “podem permanecer sem explodir por muito tempo e detonar após o fim das hostilidades”, como ocorreu após seu uso no Oriente Médio e outras regiões do mundo.

“Ao fornecer munições cluster, Washington será realmente cúmplice na mineração do território e compartilhará totalmente a responsabilidade por aqueles que morrerão nas explosões, incluindo crianças russas e ucranianas”, enfatizou.

Zajárova sublinhou que o envio de bombas de fragmentação para Kiev é “um envolvimento cada vez mais profundo dos Estados Unidos e dos seus satélites nas hostilidades” e exigiu uma resposta adequada por parte da comunidade internacional.

“A comunidade internacional não tem o direito de ignorar esses fatos óbvios e deve responder adequadamente a eles”, enfatizou.

Na sexta-feira passada, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou uma nova assistência militar à Ucrânia, que inclui munições convencionais melhoradas de duplo propósito, também conhecidas como bombas de fragmentação.

As bombas de fragmentação, também chamadas de “cluster”, de dispersão ou fragmentação, são lançadas em queda livre e contêm um dispositivo que, ao ser aberto, por sua vez, libera milhares de pequenas minibombas que se dispersam em um raio de até 400 metros.

As munições cluster são proibidas por uma convenção internacional ratificada por 123 países, incluindo os Estados Unidos e a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que os países ocidentais que apóiam a Ucrânia estão se tornando partes do conflito e qualquer remessa de armas para Kiev se tornará um alvo legítimo para as Forças Armadas russas.