Por Sandra Mercês – Foto Divulgação
Com a chegada do período de férias estudantis e do verão, as praias da capital são ocupadas por banhistas de todas as idades. A secretaria de turismo de Salvador estima um crescimento turístico na cidade em torno de aproximadamente 6,0%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em números absolutos, tal resultado é superior em aproximadamente 402 mil turistas (6,8milhões em 2024 ante os 6,4 milhões em 2023), conforme o Observatório de Turismo de Salavdor
Importante para os cuidados a beira-mar, os salva-vidas de Salvador contam hoje com um total de 249 profissionais entre homens e mulheres divididos em duas turmas que trabalham em turnos alternados de quatro dias. Entre eles, 106 profissionais têm mais de 50 anos, que monitoram toda orla da capital para prestarem socorro e orientações aos banhistas. A categoria protesta contra prefeitura de Salvador desde o dia 15 de novembro pedindo melhorias para condições de trabalhos.
O Noticias da Bahia entrou em contato com Pedro Barretto, diretor da Associação Baiana de Salvamento Aquático (abasa) e diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Salvador, que explicou sobre a “paralisação”. “Os salva-vidas não estão em greve como algumas pessoas chegaram a divulgar. A gente fez movimentos de assembleia e nesses movimentos os salva-vidas estão se negando a partir desse movimento dessa assembleia os salva-vidas decidiram se apresentar à sede e se negar a fazer o trabalho nesses postos de trabalho. Então eles estão lá na sede, dispostos a trabalhar, saem com as viaturas, vão às praias, fazem prevenção, mas não tem condição de passar 10 horas largados na beira da praia”.
Barretto afirmou que não permanecem nos postos devido à falta de estrutura mínima, como banheiros, locais para alimentação e equipamentos em condições seguras. Ele também destacou a precariedade dos materiais de trabalho, como pranchas quebradas que representam risco tanto para os salva-vidas quanto para as vítimas.
“Falta de pranchas nos postos, a maioria dos postos precisa de prancha, não tem prancha para trabalhar, e quando tem uma prancha, oferece também riscos aos salva-vidas, que estão partidas e tem fibra de vidro exposta, podendo cortar as salva-vidas e as vítimas, então é uma condição assim”.
Tragédia
Um adolescente de 15 anos, identificado como Cauã, desapareceu nesta quarta-feira (20) após se afogar na praia de Stella Maris, em Salvador, em frente a um posto do salva-vidas. Ele estava acompanhado de duas amigas, que também se afogaram, mas foram resgatadas por um vendedor de queijos e um instrutor de surf que estavam no local.
Enquanto as jovens conseguiram sair da água com vida, Cauã desapareceu antes de ser retirado. De acordo com testemunhas, no momento do afogamento, o posto de salva-vidas estava vazio, pois os agentes da Salvamar não estavam presentes em regime fixo, apenas em rondas esporádicas, como explicou Barreto.
A redação do Notícias da Bahia entrou em contato com a prefeitura de Salvador para esclarecimentos mas até o momento não tivemos retorno. Espaço segue aberto.