Por Redação – Foto Christiano Antonucci / Secom-MT
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgam, em parceria, a edição 2023 do estudo Feminicídios na Bahia.
Este é o terceiro ano de divulgação do tema que reforça o compromisso dos órgãos com a luta das mulheres nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Os dados são publicados por meio de um infográfico-síntese que acompanha uma série histórica de 2017 a 2022.
Resultados
De 2017 a 2022, foram 564 mulheres vítimas de feminicídios na Bahia. Esse número representava um aumento médio de 6,3% ao ano. Especificamente no ano de 2022, foram registradas 107 feminicídios. O aumento em relação a 2021 foi de 15,1%. Isso significa dizer que uma mulher foi assassinada na Bahia por questões de gênero a cada quatro dias. Ou ainda, de cada 5 mortes violentas de mulheres na Bahia, duas foram feminicídios.
O crime de feminicídio apresenta um padrão de ocorrência: as mulheres em idade adulta (entre 30 e 59 anos) e negras foram as principais vítimas desse tipo de crime. Entre os instrumentos utilizados, destacam-se as armas brancas com 47,8% do total de casos entre 2017 e 2022. Ou seja, quase metade das mulheres vítimas de feminicídios na Bahia foram assassinadas por arma branca.
Por sua vez, as armas de fogo configuram o segundo grupo de instrumento mais utilizado: 27,8%; sendo que é possível observar um aumento de 50,0% nos casos com esse tipo de instrumento em 2022.
O parceiro íntimo da vítima (companheiro, ex-companheiro e namorado) foi o principal autor dos feminicídios na Bahia, ou seja, de cada 10 feminicídios, em 9 deles o autor foi o parceiro íntimo da vítima. Por sua vez, a principal motivação dos feminicídios foi passional (61,3%). Outra caracterização para esse tipo de crime é que a maioria ocorreu no interior do estado: 77,87%; contra 16,8% em Salvador e 5,3% na Região Metropolitana (RMS).
O documento trata de um trabalho essencial para a qualificação do debate público e político sobre a violência de gênero sofrida pela mulher e, consequentemente, subsídio para o desenvolvimento de ações efetivas no enfrentamento desse tipo de violência. O trabalho foi construído a partir dos registros dos Boletins de Ocorrência (BO), registrados em Delegacias de Polícia Civil do Estado da Bahia (PCBA) e sistematizados pela Siap (Superintendência de Gestão Integrada da Ação Policial).