Foto: Lula Marques

Jornal GGN – O juiz Sergio Moro escreveu uma nota à imprensa, nesta sexta (25), repudiando a maneira como a Folha de S. Paulo tratou o fato do caso triplex ter chegado à segunda instância em apenas 42 dias – o menor intervalo de tempo observado em todas as ações penais da Lava Jato que tramitam em Curitiba até hoje.

A velocidade que Moro imprimiu ao caso deu azo às teorias de que a Lava Jato tem pressa em condenar Lula antes de ter início a próxima corrida presidencial.

Ontem o GGN revelou que tão logo entrou na segunda instância, o caso triplex já recebeu um despacho do desembargador João Gebran Neto, que menos de 7 horas após tomar conhecimento dos autos, intimou as partes a apresentar as razões para apelação.

Na nota à imprensa, Moro alegou que não houve nenhum anormalidade no processo de Lula e lamentou que a observância aos “prazos legais” fomentem teorias da conspiração.

“O tempo para subida de recursos da primeira instância à segunda instância depende exclusivamente da ocorrência ou não de incidentes nessa fase processual”, escreveu. “(…) é lamentável que a mera observância dos prazos legais seja invocada para alimentar teorias conspiratórias por este jornal”.

Mas na mesma nota, Moro acabou admitindo, sem querer, que mesmo pequenos atos imprimiram ao processo do triplex uma velocidade maior.

“Segundo o juiz, o único diferencial, no caso da ação do tríplex, foi que as partes acabaram sendo intimadas da sentença pessoalmente, já que estavam em audiência em Curitiba no mesmo dia em que ela foi publicada”, comentou a Folha.

“A intimação das partes, que é obrigatória, é uma das etapas que mais consome tempo processual – e que, se feita eletronicamente, tem prazo ainda mais alongado. Os réus também precisam ser notificados pessoalmente da sentença.”
No dia em que a sentença veio a público, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, informou que ficou preso em uma audiência em Curitiba e não pôde tomar conhecimento da decisão antes da imprensa ter contato com o despacho.
Ainda segundo Moro, a notificação da sentença foi feita “em benefício das partes”, para que não soubessem da decisão por meio da imprensa, e contribuiu para o aceleramento do processo. “No caso em questão, os prazos processuais foram seguidos estritamente”, afirmou o magistrado.