Por Redação – Foto Divulgação
Doença deve atingir um terço da população até 2030
Após quatro dias de discussões e debates sobre as doenças gastrointestinais com mais de 5 mil participantes, a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo foi encerrada, em Salvador, com uma preocupação: nos próximos cinco anos, a obesidade deve atingir um terço da população brasileira.
Além disso, doenças como o câncer de estômago, o câncer de intestino, as pancreatites e as cirroses, que são as formas graves das doenças do fígado, preocupam os especialistas. Somente na Bahia, o número de óbitos por doenças do sistema gastrointestinal deve chegar em 5 mil em 2024, segundo a Sociedade de Gastroenterologia no Estado.
De acordo com o presidente da Federação Brasileira de Gastro, Sérgio Pessoa, uma boa saúde intestinal está relacionada aos bons hábitos de vida. “Uma alimentação mais natural, com pouca carne vermelha, com pouco alimento industrializado, ultraprocessado, corantes e manter o peso corporal, além de desenvolver o costume de não fumar, beber com moderação e uma prática regular de atividade física podem ajudar no envelhecimento com mais qualidade de vida”.
Pessoa alerta ainda que, após os 40 anos, uma consulta com o gastroenterologista para fazer uma avaliação preventiva do que pode estar acontecendo é recomendado.
Lourianne Cavalcante, presidente da Sociedade de Gastroenterologia da Bahia, chama a atenção para bactérias como a H.pylori, que estão relacionadas a hábitos simples como a higienização das mãos. “Ela pode evoluir se não tratada e ele está principalmente relacionada ao aparecimento de algumas formas de gastrite, das úsceras gastroduodenais e o próprio câncer gástrico. Ele tem que ser identificada e a forma mais fácil de identificá-lo é pela endoscopia. Com o resultado positivo, o tratamento é feito com 14 dias de antibiótico”, alerta.
Esteatose hepática: Como evitar?
A gordura no fígado é um dos fatores de risco para o surgimento de diversas doenças. Uma delas é a cirrose. De acordo com Sérgio Pessoa, as cirroses têm várias causas: alcoólica, pós-hepatites virais, hepatite B e C, e tem a cirrose hoje dita metabólica, que está associada a esteatose, que é a gordura do fígado. “Esse tipo de cirrose deve ser prevenido, principalmente mantendo bem o peso corporal, evitando ou tratando diabetes, o colesterol, o triglicerídeo alto e a hipertensão arterial”, explica.
Cuidado com “curas milagrosas”
Os médicos presentes na Semana Brasileira do Aparelho Digestivo também alertaram para supostos tratamentos. “Soluções práticas” como lavagem intestinal com café, ozonioterapia, soroterapia e dietas de internet foram algumas das “terapias” criticadas pelos especialistas presentes no congresso realizado em Salvador. De acordo com os médicos da área Gastro, o paciente corre riscos clínicos e financeiros ao acreditar em terapias que não têm comprovação científica.