Luiz Gavazza, diretor presidente da Bahiagás, fala sobre parceria com a GTI para medição individualizada remota de gás.

Como foi o processo de testes e certificação realizado pela Bahiagás dos sistemas desenvolvidos pela GTI de medição individualizada remota de gás?

Luiz Gavazza – Fomos procurados pela GTI e combinamos de desenvolver duas experiências-piloto, através das quais eles poderiam nos demonstrar que a tecnologia idealizada por eles teria eficácia econômica e técnica. Discutimos, elaboramos o modal e aplicamos primeiro nos 44 apartamentos do Edifício Mansão da Vinci, localizado no Loteamento Aquarius. Em todas as unidades, testamos o sistema de medição a cabo, que transmite as informações via internet. A outra experiência foi no Edifício Vila do Mar, na Pituba, que possui 28 apartamentos. O sistema utilizado foi o de radiofrequência, já incluído no conceito da Indústria 4.0, por onde os dados são transmitidos para a nuvem em uma taxa de frequência pré-definida.

As duas tecnologias foram desenvolvidas pela GTI e a aplicação teve o acompanhamento dos técnicos da Bahiagás, tendo Celestino Boente liderando o time. Foi comprovada a eficácia tanto do ponto de vista econômico, quanto tecnológico. Assim, tanto a medição cabeada quanto a de radiofrequência receberam a certificação da Bahiagás. Ficou comprovado que a tecnologia utilizada pela GTI para medição individualizada remota de gás é eficiente, traz tranquilidade pra quem apura o que foi efetivamente vendido e pra quem vai fazer a conferência do que consumiu e vai pagar. É esse o procedimento que adotamos aqui para certificar o serviço de qualquer empresa.

Depois da certificação da GTI – única empresa certificada pela Bahiagás para realizar o serviço de medição remota de gás na Bahia – quais são os próximos passos?

Luiz Gavazza – Buscamos sempre a melhoria do padrão dos nossos serviços e tudo que for avanço tecnológico que permita mantermos a qualidade e segurança do que é oferecido por nós, tornando-o mais eficaz, é bem-vindo. Feita a certificação, precisamos reapresentar à nova diretoria, que foi empossada recentemente, para que conheça a opinião dos técnicos, aproprie-se do estudo e conclua que é um mecanismo que devemos utilizar. Feito isso, a diretoria submete a decisão ao Conselho de Administração. Uma vez validado pelo Conselho, será realizado um certame público.

Nilzon Spinola, Marco Monteiro e Agostinho Netto, sócios da Startup GTI — Foto: Divulgação/GTI
Nilzon Spinola, Marco Monteiro e Agostinho Netto, sócios da Startup GTI — Foto: Reprodução/GTI
Ter uma startup baiana como desenvolvedora da tecnologia tem alguma relevância para a Bahiagás?

Luiz Gavazza – Para nós, tem uma importância muito grande uma empresa, que realiza seus negócios principalmente na Bahia, ter desenvolvido uma tecnologia que já é usada em outros países do mundo. Ver uma empresa como a GTI, com líderes empresariais como Nilzon, Marco e Agostinho, customizando a tecnologia para aplicação em nossa realidade é muito positivo. Nós não somos bairristas, mas valorizamos muito aquilo que é desenvolvido na Bahia, porque gera emprego, avanço tecnológico para o nosso estado. Falar bem da GTI é nossa obrigação em função do que nós constatamos da capacidade da empresa em realizar o serviço. O que a GTI faz nesse momento é materializar o futuro, que aponta para a digitalização, e ela antecipa isso de algum modo.

Quais são as perspectivas para o futuro? Mudando para medição remota, o que melhora para todos os envolvidos no processo?

Luiz Gavazza – O processo transmite mais segurança e tranquilidade para fornecedor e consumidor, além de ser desenvolvido com mais rapidez. Considero esses os maiores ganhos para os dois lados. Os tempos difíceis de pandemia nos fez refletir muito sobre essa tecnologia. No primeiro pico, no início de 2020, nós ficamos olhando cada segmento da nossa atuação e adotando medidas. Nós passamos a fazer medição na média dos últimos três meses para não submeter técnicos e clientes a riscos.

Com isso, vieram algumas queixas, porque na pandemia alguns clientes passaram um tempo na casa de praia, interior, deixaram suas casas fechadas e o consumo do gás natural foi praticamente zero. Como tivemos que cobrar pela média, o valor da conta foi mais alto do que o consumido de fato. Se já tivéssemos a medição remota, não precisaríamos ter adotado essa medição e teríamos evitado algumas reclamações.

Celestino Boente – Hoje, a Bahiagás tem um pouco mais de 62 mil cientes, cerca de 37 mil medidores e com o avanço no segmento residencial ano a ano, planejamos alcançar, nos próximos 5 anos, 100 mil unidades. Com o sistema de medição remota conseguimos atender a todos com excelência. O consumidor poderá ter a informação no seu celular da medição diária de gás que está consumindo e, se necessário, até de hora em hora. O cliente não precisa esperar a conta chegar para ter ciência do seu consumo. Outro benefício, como Gavazza já citou, é que algumas reclamações que recebemos no nosso SAC , como contestação do consumo que está descrito na conta, tende a diminuir muito.

Fonte: Bahia Municípios